Deputado federal licenciado pelo PP do Paraná, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, escapou da lista de políticos exonerados “temporariamente” da Esplanada dos Ministérios, apenas para que retornem seus mandatos na Câmara dos Deputados, expulsem seus suplentes, e se posicionem a favor do presidente Temer na votação sobre o prosseguimento ou não da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o peemedebista, marcada para quarta-feira (25) no plenário da Casa.
Na conta do Planalto, dez políticos até então licenciados dos seus mandatos na Câmara dos Deputados podem engordar o placar pró-Temer: o ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS-PE); o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE); o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA); o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE); o ministro do Turismo, Marx Beltrão (PMDB-AL); o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ); o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE); o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV-MA); o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB-RS); e o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella (PR-AL).
Ao retornarem para o Legislativo, todos os dez políticos expulsariam suplentes que já demonstraram disposição para votar contra o presidente Temer, ou seja, a favor do prosseguimento da denúncia da PGR.
Manobra semelhante já foi feita pelo Planalto em agosto, na votação da primeira denúncia da PGR contra o presidente Temer. Mas, tanto naquela ocasião quanto agora, o paranaense Ricardo Barros não precisou se afastar das suas funções na pasta da Saúde. Como ele próprio já reconheceu, seu suplente na Câmara dos Deputados, o tucano Nelson Padovani, não traria risco algum para o Planalto. “O presidente Temer está fazendo as reformas, a economia está se recuperando. Precisamos mantê-lo até o último dia do mandato dele”, justificou Padovani à Gazeta do Povo, quando entrevistado sobre qual seria sua posição em relação à primeira denúncia da PGR.
Em 2014, Padovani e Barros disputaram uma cadeira na Câmara dos Deputados pela coligação com o maior número de partidos políticos: PSDB, DEM, PR, PSC, PTdoB, PP, SD, PSD e PPS. Hoje, nem todos os integrantes da coligação de outrora estão afinados com o Planalto. Os paranaenses Rubens Bueno (PPS), Fernando Francischini (SD) e Sandro Alex (PSD), por exemplo, devem novamente votar contra o presidente Temer na quarta-feira.
Leia mais:
“Janot não bate bem da cabeça”, diz ministro da Saúde.
Três paranaenses ajudaram Temer na CCJ, incluindo Serraglio.
Bancada do Paraná deve “repetir” votos na segunda denúncia contra Temer.
-
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
-
“A ditadura está escancarada”: nossos colunistas comentam relatório americano sobre TSE e Moraes
-
Jim Jordan: quem é campeão de luta livre que chamou Moraes para a briga
-
Aos poucos, imprensa alinhada ao regime percebe a fria em que se meteu; assista ao Em Alta
Ampliação de energia é o maior atrativo da privatização da Emae, avalia governo Tarcísio
Ex-desembargador afirma que Brasil pode “se transformar num narcoestado”
Contra “sentença” de precariedade, estados do Sul buscam protagonismo em negociação sobre ferrovia
Câmara de São Paulo aprova privatização da Sabesp com apoio da base aliada de Nunes
Deixe sua opinião