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Deus cuida, ajuda, não falta.  (XV)
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“Há pessoas que nos falam e nem as escutamos,
há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam
mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas
e nos marcam para sempre.”
(Cecília Meireles)

Buscando minhas anotações, minha primeira consulta com a Dra. Marina Bonilha foi no dia 30 de julho de 2001.
Ela lembrava-me muito a Dra. Lisete Benzoni, uma amiga querida, minha médica de Londrina.

Relembro o quanto foi tranquilizador nosso primeiro encontro.

Eu havia passado por dois médicos… Um que me disse para desistir de ter filhos na idade em que eu me encontrava… Já escrevi sobre isto.
E outra médica que não me inspirava o mínimo de confiança e abandonei-a, literalmente, logo depois que tive a indicação da Dra. Marina.

Sinto saudades dela e dos nossos encontros mensais de rotina.
Marina é daqueles seres iluminados que me ouvia pacientemente em seu consultório. Tínhamos alguns pontos em comum na nossa história de vida e dividíamos o tempo da consulta para conversar sobre estas questões tão intimamente ligadas.

Para mim, tornou-se uma amiga, uma confidente, mais um anjo em meu caminho.
Nunca me esqueço de quantas vezes a Dra. Marina dizia que, apesar das inseguranças e medos que me cercavam, existia a lucidez que me permeava para entender minhas “infindáveis” crises pessoais.

Passados mais de 10 anos, Marina ainda é minha médica e continua me atendendo com a mesma amizade e carinho de sempre.

Mais adiante, falarei sobre o parto e de como ela o conduziu: feliz e com música!

Conversando com meu filho…


“20/09/01

Oi meu querido,

Iniciamos o sexto mês de gestação.
A Dra. Marina me diz que você nascerá dia 19/01/2002… mas sinto que será antes desta data.

Você nascerá no verão e aqui em Curitiba esta estação é bem gostosa… Eu não gosto do inverno e espero que você não seja tão friorento quanto eu e a sua avó Aninha.

Ando um pouco nervosa estes últimos dias. Talvez preocupada com tudo o que te contei sobre o World Trade Center. Mas a vida continua, segue seu curso, com ou sem preocupações, não é?

Seu pai e eu acabamos de chegar do médico e tudo em você está perfeito.
Perninhas, ossinhos, mãozinhas, olhos, boca, coração rins, estômago, pulmões.
Pelo ultrason você já pesa 500g e mede 26cm.
A planta do seu pé tem 4 cm!

Ouvi seu coração, 150 BPM. Ouvi o barulho do sangue que passa pelo cordão umbilical e pelas minhas artérias. Isto nos mostra se correrei o risco de ter pressão alta.

O Dr. Mansur disse que tudo está bem. Graças a Deus.

Sabe, filho, às vezes não acredito que existe um serzinho dentro de mim. Quando seu pai e eu vimos você no ultrason foi bem emocionante. Quando vi seu pezinho sendo mostrado no vídeo empurrando minha barriga ao mesmo tempo em que eu sentia a pressão que você fazia, confesso que tive vontade de chorar mas me segurei.

Ontem seu pai disse que sonhou com você. Disse que não conseguiu ver seu rosto, mas que você estava feliz e os dois brincavam e riam muito.”

Lições que aprendi…

O dia hoje é 5 de fevereiro de 2011, acabamos de almoçar.
Alexandre, Antonio e Gregorio prepararam nosso almoço.
Um pouco antes, ao som de black eyed peas – Antonio se acabava de dançar com a música “boom boom pow”.
Está com 9 anos e adora dançar. Cria sua coreografia tentando acertar alguns passos de “feet dance”.

O tempo passa e aprendo que é preciso dar a cada dia a sua própria preocupação.

Deus cuida, ajuda, não falta.
Filhos precisam crescer sentindo-se amados.

Enquanto mãe, meu desejo é que ele seja feliz. Independente de suas escolhas, ou dos caminhos que trilhará na vida.
Mas aqui, seu lar, será um porto seguro, nossa família uma célula abençoada que levará como referência por toda uma existência.

Família, como esta palavra é suave aos meus ouvidos. Sinto muito por aqueles que não a tem de uma forma afetuosa. Minha família é imperfeita, como qualquer outra, mas sabe ser amorosa, solidária e generosa.

Com o tempo nos transformamos em multiplicadores daquilo que aprendemos com nossos pais. Com o passar dos dias, filtramos, peneiramos, melhoramos ou não nossas atitudes dentro e fora do lar.

Lembrar que a escolha para que isto aconteça é nossa, da mesma forma que a responsabilidade sobre aquilo que passarmos aos nossos filhos também.

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