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A necessidade contemporânea de múltiplos adultos para educar.
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Nossa sociedade mudou e a forma das famílias educarem as crianças também. Se por milhares de anos esses cuidados eram delegados quase integralmente às mães, hoje a tarefa comumente está dividida com mais pessoas, sejam familiares ou profissionais, como educadores e babás. A qualidade dos cuidados desse time será decisiva para o desenvolvimento dos potenciais do indivíduo, assim como suas falhas poderão deixar marcas nessa pessoa em desenvolvimento.

Há poucas décadas as mulheres ampliaram seus horizontes e passaram, seja por desejo ou por necessidade, a buscar espaços além de cuidar do lar e da família, como predominantemente fizeram por milênios. Junto com os novos desafios do mundo do trabalho, muitas continuaram como a principal responsável pelo cuidado da casa e das crianças, gerando um acumulo de papéis.

Para a maioria dos homens ainda levará um tempo para atingir seu pleno potencial nesse desafio de dividir os cuidados, que por gerações não lhe foram atribuídos. Há uma significativa alienação dos pais que, mesmo estando por perto, muitas vezes não assumem suas responsabilidades. Não é raro que pais tenham pouco ou nenhum contato com os seus próprios filhos.

Diante desse contexto, novos arranjos são necessários para cuidar das necessidades das crianças, que independente de toda reestruturação da sociedade, continuam precisando de adultos para sua sobrevivência e desenvolvimento saudável. Avós, tios, irmãos mais velhos e outros parentes são chamados para apoiar nessa missão, que também precisa de profissionais, sejam os centros de educação infantil, escolas, atividades complementares ou, nas classes mais favorecidas, as babás.

Como será o desenvolvimento da criança com esses arranjos dependerá da qualidade com que esse grupo atuará. Como em toda crise, oportunidades e ameaças surgem.

Se a orquestra que tocar a música do cuidado dessas crianças não estiver comprometida, atrasarem suas participações, confundirem a criança tocando canções antagônicas e ruidosas, ou preferirem mudar de plateia e delegarem sua missão para as cantigas da Galinha Pintadinha, acontecerão riscos nesse desenvolvimento humano.

Se os músicos estiverem afinados, com objetivos claros e alinhados, com amor e competência, com talentos para tocar diferentes instrumentos, com um ou mais maestros que assumam a liderança quando preciso, pode se criar uma canção com a riqueza de variados sons, elevando o potencial de desenvolvimento desse indivíduo.

*Artigo escrito por Luciano Diniz, Coordenador da Pós-graduação em Educação Integral Transformadora da Associação Gente de Bem, instituição que desenvolve programas de educação integral transformadora para adolescentes, professores e famílias. O profissional é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.  

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