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Alfabetização Midiática e Informacional: você conhece?
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491_11_CI_POR_cov.inddEm 2011, a UNESCO lançou uma publicação que tem como objetivo orientar os professores sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação em seus projetos educacionais, fornecendo métodos, currículos e recursos pedagógicos apropriados. Esse lançamento, que ocorreu durante a Primeira Conferência de Mídia e Informação, recebeu o nome de Alfabetização Midiática e Informacional: currículo para formação de professores.

Apesar de ainda encontrarmos poucas atividades de Formação Continuada que visam à prática educomunicativa, este material auxilia o trabalho dos professores com seus alunos, reconhecendo o papel da informação e da mídia no dia a dia de todos. Para aqueles que desejam conhecer a publicação, ela está disponível para download.

Tópicos como benefícios e requisitos da AMI, matriz curricular, política e visão, avaliação midiática e informacional, produção e uso das mídias e da informação, competências centrais para professores etc. compõem a primeira parte da publicação. Já na Parte II, constam módulos que orientam a prática pedagógica em diferentes abordagens, como: a cobertura das notícias e o poder da imagem; códigos da indústria sobre diversidade e representação; gêneros de filmes e a arte de contar histórias; representação e videoclipes; publicidade, receitas e regulação; anúncios de utilidade pública; publicidade: o processo criativo; usos das ferramentas interativas multimídia, incluindo os jogos digitais, nas salas de aula e muito outras.

Para entender um pouco mais sobre essa publicação, convidei para um bate-papo Adauto Cândido Soares, coordenador de Comunicação e Informação da UNESCO no Brasil. Veja o que ele nos contou:

O que significa Alfabetização Midiática e Informacional?

A alfabetização midiática e a alfabetização informacional eram tradicionalmente consideradas dois campos diferentes. A estratégia da UNESCO é reuni-los como um conjunto de competências – conhecimentos, habilidades e atitudes – necessárias para a vida e para o trabalho. A Alfabetização Midiática e Informacional (AMI) considera todas as formas de mídia e fontes de informações como bibliotecas, arquivos, museus, internet e as tecnologias utilizadas. Essa estratégia é pioneira por duas razões. A primeira porque reconhece a tendência atual de convergência entre rádio, TV, internet, jornais, livros, arquivos digitais e bibliotecas em uma única plataforma. A segunda porque foi desenhada para professores visando capacitar milhões de jovens no tema nos países-membros da UNESCO.

Qual é a sua importância para a sociedade em que vivemos?

A AMI reconhece e promove o acesso à informação e ao conhecimento e também favorece uma mídia livre, plural e independente. É necessário que os cidadãos, em especial os jovens, tenham competências analíticas e informacionais para buscar e usufruir os benefícios da plena liberdade de opinião e expressão como um direito humano fundamental.

Como o material pode contribuir para o processo de ensino-aprendizagem?

O principal foco é na formação de professores visando sensibilizá-los para a importância da AMI no processo educacional, facilitar a integração no currículo e oferecer métodos e recursos sobre o tema. A primeira parte da publicação oferece uma matriz contendo o currículo AMI e trazendo informações sobre como foi desenvolvido, os principais conceitos e competências que os professores precisam desenvolver. A parte dois desenvolve módulos do currículo integrando temas interdisciplinares, como participação e cidadania, gênero e diálogo intercultural. A meta da UNESCO é integrar AMI nos currículos dos sistemas educacionais de seus países-membros.

O professor brasileiro está preparado para trabalhar a AMI com seus alunos?

Eles ainda não estão plenamente preparados porque essa é uma área relativamente nova e o currículo programático dos cursos não incluem esse tipo de conteúdo. As cargas horárias das disciplinas também ainda não incluem atividades que possibilitem o desenvolvimento da alfabetização midiática e informacional. A UNESCO tem fortalecido uma rede de universidades em torno do tema de forma a envolver profissionais que promovam a aprendizagem ao logo da vida. Trata-se de um desafio para que os professores participem do processo coletivo de moldar e enriquecer o currículo. A ideia é aumentar a capacidade dos educadores de avaliar as fontes, o acesso a informações e ainda como os estudantes interpretam as mensagens da mídia e as informações dessas fontes. Esse processo resulta em uma melhor compreensão a respeito das habilidades necessárias com vistas a avaliar o desempenho da mídia e dos fornecedores de informação.

Patricia Melo é jornalista desde 2001 e há nove anos atua em benefício da Educação por meio da Comunicação. Por meio da sua empresa, Presença – Comunicação Educacional, produz textos, entrevistas e reportagens direcionados especialmente ao universo educacional. Dessa forma, contribui para um diálogo mais consistente e criativo entre a Escola e a Família.

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