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Como fazer um melhor uso das redes sociais?
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Antes de responder a esse questionamento, temos que nos perguntar: o que sobre as redes sociais nos incomoda tanto e por que? Que comportamentos são passíveis de melhoria?

 

Esse texto não é uma crítica à quantidade absurda de memes sobre coisas triviais do cotidiano, vídeos de gatinhos fofos e conteúdo aparentemente “sem propósito” disponíveis na web. Também não venho alertar sobre o impacto apocalíptico das tecnologias no aprendizado de crianças e adolescentes, ou em como elas nos tornaram (será que tornaram mesmo?) incapazes de nos relacionarmos de maneira profunda uns com os outros.

 

É, antes disso, uma reflexão sobre como as mídias sociais são produto de uma sociedade profundamente marcada pelas desigualdades. Como tal, elas têm sido usadas constantemente como ferramenta para diferentes tipos de agressão. Não é à toa que os principais tópicos citados nos atendimentos de 2017 feitos pela Helpline (serviço de orientação a vítimas de crimes cibernéticos da Safernet Brasil) diziam respeito a ‘Discriminação, Intimidação e Ofensa’, ‘Problemas com dados pessoais’ e ‘Sexting/exposição íntima’.

 

De tempos em tempos, surge alguma polêmica que nos faz lembrar que existe uma linha tênue (pensando bem, nem tão tênue assim) entre liberdade de expressão e uma infinidade de preconceitos e discriminações: o apresentador de telejornal que zomba de garis no conforto de um estúdio achando que o microfone está desligado; o chatbot que, em menos de um dia, aprende a ser racista e misógino com usuários da web; ou os ataques racistas na rede social à jornalista de televisão.

 

Todos esses episódios chamam a atenção para o fato de que, mais do que nunca, é preciso educar para um bom uso das redes sociais e, por extensão, para uma leitura crítica de mídia. Por “bom uso” me refiro não à abordagem moralista que condena fotos de meninas de top na academia, mas a um processo que passa pela reflexão sobre como nossas ações e mensagens impactam outras pessoas na rede, antes mesmo de uma eventual postagem ou compartilhamento de conteúdo.

 

Também está em jogo a nossa capacidade de dialogar e fazer um exercício rápido de inteligência emocional antes de direcionar toda a nossa raiva e desprezo para alguém que discorda de nós na rede social.

 

Nesse sentido, os princípios da Comunicação Não Violenta podem contribuir para o entendimento de que temos responsabilidade por nossas ações, independente de que fatores externos as desencadearam, bem como chamar a atenção para a importância da empatia para compreender as motivações e necessidades que levam alguém a se expressar de determinado modo (e que, por consequência, nos ajuda a moldar a maneira como nos comunicamos com aquela pessoa).

 

Por último, é importante lembrar que a internet é um espaço compartilhado, onde todos e todas têm espaço para expor suas opiniões, mas para onde a responsabilização por crimes de ódio também se estende. Ou seja, não é porque a situação aconteceu na internet que os(as) responsáveis não podem ser penalizados por isso. E, para esses casos, existem canais de denúncia que podem ser ativados.

 

*Artigo escrito por Paula Nishizima, jornalista e educomunicadora do coletivo Parafuso Educomunicação. O Parafuso Educom colabora de maneira voluntária colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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