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Comunicação. Algo que muitas vezes nos parece tão próximo, tão natural e familiar que confundimos com outros conceitos e práticas, como a própria informação e a mídia. A comunicação, enquanto processo de produção e apropriação de sentidos, é muito mais ampla, pois colabora para a construção das identidades e das diferenças dos sujeitos sociais.

A partir deste ponto de vista, é possível levantar o debate sobre o consumo (que faz parte do processo comunicativo) como um conjunto de processos socioculturais, em que se realizam a apropriação e os usos dos produtos, e como algo que ultrapassa os exercícios de gostos, caprichos e compras impensadas ou como atitudes individuais. Um dos autores que fala sobre o assunto é o antropólogo Néstor Garcia Canclini – pioneiro sobre o hibridismo das culturas latino-americanas.

Em seu livro “Consumidores e Cidadãos – conflitos multiculturais da globalização” (Editora UFRJ, 2010), o autor vincula o consumo à cidadania, desconstruindo “as concepções que julgam os comportamentos dos consumidores predominantemente irracionais e as que somente veem os cidadãos atuando em função da racionalidade dos princípios ideológicos”. Esse vínculo mostra o consumo como um espaço de valor cognitivo, útil para pensar e atuar de forma significativa e renovadora a vida social.

Quando se reconhece que ao consumir se reelabora o sentido social é preciso, nas palavras de Canclini, analisar como “esta área de apropriação de bens e signos intervém em formas mais ativas de participação do que aquelas que habitualmente recebem o rótulo do consumo”. Ao selecionar e eleger bens e marcas, os sujeitos sociais se apropriam dos significados, comunicam os modos de integração e diferenciação na sociedade.

O autor afirma que gostaria que esse livro fosse interpretado como uma conversa entre antropólogos, sociólogos e especialistas em comunicação, com artistas, escritores e críticos de arte e literatura sobre o que significa ser cidadão e consumidor em meio às mudanças culturais que alteram a relação entre o público e o privado. Entretanto, sugiro incluir “nesta conversa”, motivados por este post, educadores e educandos. É fundamental levar esta reflexão aos alunos e debater como construímos vínculos, identidades e diferenças a partir do que compreendemos e praticamos com relação ao consumo.

>>Patricia Melo é jornalista desde 2001 e há nove anos atua em benefício da Educação por meio da Comunicação. Por meio da sua empresa, Presença – Comunicação Educacional, produz textos, entrevistas e reportagens direcionados especialmente ao universo educacional. Dessa forma, contribui para um diálogo mais consistente e criativo entre a Escola e a Família. A profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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