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(Ivonaldo Alexandre\ Gazeta do Povo)

(Foto: Ivonaldo Alexandre\ Gazeta do Povo)

Hoje vamos contar a história verídica de duas professoras de uma mesma escola pública na região de Curitiba. Vamos chamá-las de Professora Um e Professora Dois para que possamos garantir suas identidades, mas informamos que ambas autorizaram a publicação da história, portanto, acompanhe conosco essa jornada sobre o “polêmico” uso do Whatsapp entre professores e estudantes.

No dia primeiro de abril desse ano, uma postagem acerca de um curso para gerenciamento de grupos no Whatsapp foi amplamente comentada e curtida na rede social Facebook, você chegou a ver? Essa postagem caiu nas graças da Professora Um, a qual logo acessou para se inscrever no referido curso. Para sua tristeza, percebeu que era uma pegadinha do “dia da mentira”.  Passados alguns dias, estávamos na sala dos professores quando, compartilhando conosco essa experiência, ela demonstrou certa tristeza por não existir de fato o curso. Além disso, se sentia um pouco envergonhada por achar que precisava do mesmo, isso porque, segundo ela, não sabe como agir em grupos no Whatsapp  principalmente com os estudantes do Ensino Médio.

Nisso começamos a conversar sobre a experiência que uma de nossas colegas vem realizando na disciplina de espanhol, nesse caso a Professora Dois. No início do segundo semestre de 2014 ela disponibilizou seu número pessoal de telefone e criou um grupo para uma de suas turmas, por meio do qual fazia postagens de charges, tiras, vídeos, capas de revistas, pequenos trechos de textos e outros tudo no idioma espanhol. Esses eram discutidos no próprio aplicativo e também em sala de aula. Além disso, ela tomou a decisão de que a prova oral fosse realizada via gravação de um áudio com a duração de até um minuto no aplicativo.  Todas as interações com os estudantes, via whatsapp, foram registrados em uma planilha.

Logo que paramos de contar esse trecho da história a Professora Um nos interrompe e nos faz vários questionamentos. Dentre eles transcrevemos alguns para compartilhar com vocês, que agora nos lêem:

Puxa parece ser tão interessante isso que ela fez, onde ela aprendeu? Como eu devo lidar com as postagens? Como responder? Dar o meu próprio número de telefone ou comprar um chip específico para esse uso com os estudantes? Que horas vou gerenciar essas atividades, em casa, na hora atividade? A escola irá aceitar discussões, orientações ou mesmo avaliações feitas por meio dele? Será que não estarei arrumando mais uma tarefa para mim mesma?”

De fato, não temos um curso para gerenciamento de grupos no Whatsapp, e não há vergonha alguma no fato de a Professora Um desejar a existência dele. No entanto, muitas das respostas que ela e a escola vêm buscando, acerca de tudo o que advém da cibercultura, não encontrará em cursos, mas sim nas discussões pessoais e na própria escola. Todos nós professores e professoras estamos cheios de questionamentos como a Professora Um, então o que fazer com eles?

Nossa experiência tem mostrado que, cada vez mais, a escola e sua comunidade, como espaço de experiências com tecnologias e com saberes, necessita discutir acerca dessas questões entre pares, com os estudantes e com os familiares, visando a busca de alternativas que sejam consonantes a cada cultura escolar. Como tem se dado esse processo de discussão em sua escola? Como vocês tem respondido às questões da Professora Um? Entre em contato conosco para nos contar!

*Escrito por Glaucia da Silva Brito e Michele Simoniam. Glaucia é professora do Departamento de Comunicação Social e dos Programas de pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) e Educação (PPGE) da Universidade Federal do Paraná – UFPR, pesquisadora em Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação. Michele é pedagoga, professora de educação básica técnica e tecnológica do IFPR, mestre em Educação e doutoranda em Educação pela UFPR.

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