• Carregando...
(Imagem: Pixabay)
(Imagem: Pixabay)| Foto:
(Imagem: Pixabay)

(Imagem: Pixabay)

A perspectiva assumida em muitos projetos educacionais é que a escola tem um papel específico na sociedade e que suas fronteiras são claras e, praticamente, intransponíveis. Há, infelizmente, a ideia de um espaço-tempo estéril e praticamente estável. Imagino que pensar e operar a educação desse jeito determinará uma escola provavelmente descomprometida da vida.

Numa outra opção, conscientes das inter-relações que existem entre educação-escola-sociedade, mesmo considerando contextos desafiadores, é fundamental conversarmos e atuarmos na seara da educação sobre e para os Direitos Humanos.

É o que temos buscado, é o cenário que estamos construindo com a ajuda de muitos. Retomamos essa questão pela necessidade de a escola abordar sistematicamente o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), código elogiado no mundo todo, mas às vezes desconhecido e criticado por alguns. Queríamos superar preconceitos, conhecer melhor, buscar especialistas que pudessem ajudar a comunidade educativa em um estudo mais profundo.

Nosso Grupo Marista tem atuações em vários campos na cidade de São Paulo. De fato, precisávamos aproveitar a qualificação dos educadores das unidades da Rede Marista de Solidariedade, na Zona Leste, e discutir o ECA. Montamos, então, um grupo de estudos e as trocas foram se multiplicando. O aprendizado e a partilha geraram um sentimento coletivo: não é possível represar esse conhecimento sobre o Estatuto e as questões relacionadas aos direitos humanos apenas neste pequeno grupo.

Pensamos: por que não organizarmos um grande encontro sobre Direitos Humanos e Educação? As parcerias foram construídas e o resultado foi o I Seminário Marista – Direitos Humanos e Educação, realizado em setembro de 2014 e que contou com a presença de 500 educadores de todo o país.

Das reflexões acadêmicas às trocas de experiências, dos relatos pedagógicos às partilhas de engajamento e transformação em situações de altíssima vulnerabilidade, tudo contribuiu para vincular-nos com a aprendizagem e construção dos Direitos Humanos na educação, tanto aquela que acontece formalmente nas escolas quanto nos processos não formais.

A discussão do ECA acontece em diversas esferas; além do Seminário, muitas ações são realizadas em sala de aula no sentido de sensibilizar alunos para o tema de relevância. No Ensino Fundamental, por exemplo, os alunos aprendem o Estatuto de maneira lúdica (a partir de histórias em quadrinhos) com foco no trabalho infantil, e os educadores insistem na tecla de que “criança não trabalha, criança dá trabalho”.  Com o passar dos anos escolares o debate vai evoluindo e incorpora assuntos sobre a convivência social, que deve ser pacífica e fraterna, e a assimilação das diferenças para a realização de todos os Direitos Humanos.

Compreender o que significam os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), discutindo as diferenças entre as nações e seus desafios também faz parte da Educação Marista, que prima pela formação de cidadãos virtuosos. Ao final do ciclo do Ensino Fundamental, a pauta gira em torno dos problemas que violam os Direitos Humanos, como a violência, discriminação, racismo, censura, desigualdades, bullying e preconceitos.

Enfim, vale a pena continuar a observar e vivenciar a humanidade como um grande palco de direitos. E a educação é uma excelente ferramenta para isso.

>>Artigo escrito por Ascânio João Sedrez. Pedagogo, filósofo e diretor do Colégio Marista Arquidiocesano que integra o Grupo Marista, colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia. 

>>Quer saber mais sobre educação, mídia, cidadania e leitura? Acesse nosso site! Acompanhe o Instituto GRPCOM também no Facebook: InstitutoGrpcom e no Twitter @InstitutoGRPCOM

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]