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A educação no Brasil, sobretudo o ensino público, passa por uma crise de gestão. O país ocupa a penúltima posição em um ranking da educação mantido pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em 36 países, à frente somente do México. Os reflexos desta condição podem ser observados em professores desmotivados, alunos desqualificados para o mercado de trabalho e, em última instância, resultarão em um país igual ou pior economicamente e socialmente em relação ao padrão atual.

Muita gente se questiona: qual é o problema da educação em nosso país, uma vez que uma parcela considerável do PIB (Produto Interno Bruto) é revertida para o seu desenvolvimento? O investimento por aluno cresceu duas vezes e meia entre 2000 e 2011, passando de R$ 1.962 para R$ 4.916 (Agência Brasil), porém não sentimos, pelo menos por enquanto, o resultado efetivo na ponta, ou seja, mais pessoas qualificadas se formando no ensino médio. Outro aspecto que contribui para este quadro é a corrupção – talvez o maior problema, mas também pode ser citada a cultura incutida no sistema educacional do aluno desafiar o professor, que acaba respingando nos bons alunos.

Dentro deste contexto vamos incluir uma nova variável: a inclusão da pessoa com deficiência (PcD) em escolas regulares. Como podemos realizar este processo em instituições que em sua grande maioria sofrem com os problemas citados acima? E, mais do que isso, qual é o panorama da educação para a PcD?

Em Curitiba, por exemplo, cidade onde a educação é liderada por 49 instituições não governamentais, há uma fila de espera de aproximadamente 6 mil famílias, de acordo com levantamento feito pela ASID (Ação Social para a Igualde de Diferenças). Estas instituições surgem pela falta de vagas em escolas públicas e a impossibilidade financeira de milhares de famílias arcarem com a mensalidade de escolas privadas. No Brasil, estima-se a existência de 3.500 instituições filantrópicas de atendimento a pessoas com deficiência e uma fila de espera de dezenas de milhares de pessoas.

As instituições educacionais – sejam privadas, públicas ou sem fins lucrativos – regulares, inclusivas ou especializadas em alguma deficiência, necessitam, em sua essência, de uma gestão profissionalizada. Em meu trabalho na ASID Brasil, instituição que visa profissionalizar a gestão de instituições filantrópicas para a pessoa com deficiência, consigo visualizar os benefícios da boa gestão.

Uma gestão qualificada representa uma instituição que sabe onde está e aonde quer chegar, que oferece a melhor estrutura para seus alunos, que vigia e pune desvios de comportamento e corrupção, com um staff motivado e alunos, dentro de suas limitações, dispostos a assimilar o conhecimento. Apenas assim, com uma gestão qualificada, a educação em nosso país poderá se estruturar a ponto de atender toda a demanda, com qualidade.

>> Artigo escrito por Luiz Hamilton Ribas, formado em Ciências Econômicas pela UFPR, é diretor de Marketing e Administrativo e um dos fundadores da Ação Social para Igualdade das Diferenças –  ASID, organização social que trabalha para melhorar a gestão das escolas de educação especial gratuitas, resultando na melhoria da qualidade do ensino e na abertura de vagas no sistema. A ASID colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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