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A Educação Especial do Paraná precisa estar pronta para possíveis instabilidades de ordem financeira, política e operacional no relacionamento com o governo. Diante deste cenário, a liderança se vê em uma condição extremamente instável, onde trabalha com funcionários cedidos por outro empregador, salários são pagos com atraso, além de outros problemas. Por outro lado, a mesma liderança tem um objetivo a ser alcançado, um dever de grande responsabilidade com as pessoas com deficiência. Desta forma, sem poder de ação direta em relação aos funcionários e um imenso papel social a desempenhar, o que pensam e buscam as lideranças nestes momentos? A incógnita foi muito bem descrita por um dos diretores destas instituições: “Estamos diante de um dilema, pois a irresponsabilidade e o despreparo dos governantes brasileiros têm comprometido nossas esperanças num futuro igualitário e justo”.

A primeira reação é clara: “não podemos depender do governo”. É perceptível a importância das associações filantrópicas no papel de cobrar e articular junto ao governo, buscando melhores condições para a pessoa com deficiência. Porém, como bem descreve outra diretora: “É uma sensação de impotência muito grande quando a vontade deste segmento é tão dependente”. Esta dependência é, de forma clara e direta, financeira. A falta de recursos financeiros impossibilita a autonomia, e bloqueia a possibilidade de ação.

Pesquisando a opinião de alguns líderes destas instituições, foi possível ver que as lideranças devem se unir, trabalhar de forma integrada pelo mesmo objetivo, visto que têm o mesmo ideal. Trabalhar em prol da valorização da causa da pessoa com deficiência perante a sociedade em geral; pela mobilização de recursos e pessoas em prol deste grupo que tanto precisa de atendimento, carinho e atenção; trabalhar também em prol da profissionalização e seriedade no relacionamento e parcerias com o governo, sendo neste último ponto uma interação construtiva e colaborativa, onde o Estado abra espaço para a sociedade civil organizada participar dos processos de construção de modelos de atuação do primeiro setor. Como disse outra diretora de uma Escola Especial de Curitiba: “Prefiro pensar que este cenário nos mova não só para nos unirmos, mas, principalmente, para buscar estratégias para a tão sonhada organização deste setor, mesmo que hoje isto pareça utopia”.

As greves, protestos e manifestações são importantes? Claro que sim. Muitas vezes são estas ações que trazem melhoras essenciais, que fazem com que hoje a Educação Especial não esteja ainda mais abandonada. Porém, é importante ter clareza do seguinte ponto: greves e manifestações não são ações duradouras e preventivas, mas remediativas com efeitos a curto prazo. Desta forma, enxergo que a solução está na mobilização de uma rede construtiva, que envolva a sociedade civil organizada, a comunidade local, o governo e as empresas em prol de um objetivo: construir uma nova realidade para a pessoa com deficiência.

>> Artigo escrito por Alexandre Schmidt de Amorim diretor de Projetos e fundador da  Ação Social para Igualdade das Diferenças –  ASID, organização social que trabalha para melhorar a gestão das escolas de educação especial gratuitas, resultando na melhoria da qualidade do ensino e na abertura de vagas no sistema. A ASID colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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