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Gilberto Abelha / Jornal de LondrinaOlá, por favor, poderia dizer quem sou eu? Ou melhor, poderia me dizer quem é você? Faço-vos essa pergunta com o objetivo de analisar de forma simples qual é nossa essência, o que nos faz ser como somos? Ora senhores, eu não possuo tal resposta, mas gostaria de iniciar um pensamento que talvez possa durar por nossas vidas, talvez alguns as encontrem cedo, outros tarde. O intuito é pensarmos sobre.

Desde o nascimento até o momento da morte somos bombardeados com informações das mais diversas formas e assuntos, e imagino que essa informação em grande quantidade, de certa forma faz parte de nós, mas nem toda essa informação é real, assim como pode não ser boa. Dessa maneira, consideremos que há informações boas e ruins. Então ao nascermos, quase que imediatamente caímos em um mar de informação, que pode fazer parte ou nos afastar de quem somos.

Imagine que nesse mar de informação logo após seu nascimento você foi “arrastado de si”, o seu eu verdadeiro foi afastado de você pelo mar. Digo isso considerando que nesse mar de informação é fácil ser levado pelas ondas, talvez nem mesmo notemos tal movimento, apenas apáticos nos deixemos levar. Pois aqui vem a parte triste, muitos nascem, crescem, se desenvolvem e morrem sem nem ao menos notar que foram levados, são frutos padrão do meio, mas de um meio inexistente.

E imaginando que há aqueles que são e foram levados pela maré, quem tais pessoas representam? No íntimo de seus pensamentos, estão elas satisfeitas a viver dessa maneira? E assim como somos levados, também esquecemos como pensar e afirmamos que tudo aquilo que o mar de informação nos fornece é verdadeiro, esquecendo que existem boas e más informações. Mas o que seria o mar de informação? Ora, é tudo o que vemos e ouvimos: tendências, moda, propaganda; enfim, tudo o que está ao nosso redor e que de certa forma quer que aceitemos que aquilo que ditam é real, é o verdadeiro. Quão triste e melancólica é a vida das pessoas que apenas seguem tais marés e esquecem quem são e, o pior, nada é percebido.

E se questionássemos cada cidadão do país sobre novela, futebol e problemas sociais? Quais respostas teriam maior acerto e mais informação? Como é possível que uma notícia sobre um morador de rua de outra cidade ou país cause comoção entre as pessoas, mas não notamos o mesmo na rua em que passeamos com nossos cachorros? Por que valorizamos as pessoas pelo que elas possuem, mas não valorizamos quem nada aparenta ter? Pensemos então: se a pessoa é levada por esse mar e que, por um milagre da natureza, tal mar seque, será que esta teria a mesma identidade? A mesma essência? Saberia quem ela é?

Se os humanos são frutos do meio, não seria o mar de informação um formador de caráter? Talvez isso seja verdade, sim, talvez. Mas como então não nos deixamos ser levados por tal maré? Ora, teoricamente a resposta é simples: pensando.   Pela ação do pensar analisamos o que é verdadeiro e o que não é, de forma que a informação não é quem nos constrói, mas apenas a usamos para conhecer o mundo.

O pensar é o esforço desesperado dos poucos que conseguem se enxergar sendo levados e se debatem contra as ondas, talvez se aprendermos a pensar encontremos nossos “eus”.

E logo, eu humildemente lhe pergunto, quem é você?

>> Artigo escrito por Erikson dos Santos, membro da Mensa Brasil.
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