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Desde a chegada do advento da Internet na educação, nós professores precisamos aprender a desvendar siglas, codinomes, abreviaturas e nomenclaturas com as quais não estávamos habituados.

Bem vindos a “CIBERCULTURA”!

Em um breve “mini flashback” vamos recordar alguns destes termos:  primeiro veio a “www.”, e até que entendêssemos que a sigla representava a própria existência da Internet, com seu sistema de documentos em hipermídia interligados possibilitando que “naveguemos” na Rede, e junto com ela vieram termos como “e-mail”, “websites”, “links”, “hiperlinks, “blogs”, “TIC’s” (Tecnologias de Informação e Comunicação) ou seriam “ICT’s” (Information and communication technologies)?

O fato é que, com o aumento das possibilidades de acesso a Rede e ampliação da mobilidade, vieram estímulos para o implemento de novas propostas na EaD (Educação a Distância), e então, tivemos além de rever o conceito desta modalidade educacional, aprender como acessar AVA’s (Ambientes Virtuais de Aprendizagem) e a conviver com programas de formação de professores para o uso do U.C.A. (Um computador por Aluno). Depois vieram os “O.V.A’s” (Objetos virtuais de Aprendizagem) e assim sucessivamente, e hoje vivemos em meio as descobertas dos milhares de “Apps” (Aplicativos) que surgiram nos últimos anos e, desde 2010 temos ouvido falar de uma nova sigla: R.E.A.

E o que é R.E.A? A sigla não é tão nova assim, nasce em 2002 e, mais tarde, surge em um debate nas Nações Unidas sobre educação aberta e as possibilidades de recursos pedagógicos na construção da proposta. Para definir, usaremos o conceito que parte de um documento desenvolvido pela UNESCO, o Commonwealth of Learning nos diz que: “Recursos Educacionais Abertos(REA) são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. O uso de formatos técnicos abertos facilita o acesso e o reuso potencial dos recursos publicados digitalmente. Recursos Educacionais Abertos podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento.” (2011)

O Projeto Brasileiro sobre Recursos Educacionais Abertos: Desafios e Perspectivas (Projeto REA.br) teve início em 2008 com a visita de uma delegação internacional organizada pela UNESCO ao Ministério da Educação e com a realização de uma série de eventos de sensibilização em São Paulo e Brasília. O REA.br foi fundado por Carolina Rossini em 2008 e é um dos primeiros projetos no Brasil que tenta apropriar à realidade e às perspectivas brasileiras a discussão internacional acerca dos Recursos Educacionais Abertos e da Educação Aberta. Mas isso não seria possível sem o apoio de uma entusiasmada comunidade: a Comunidade REA-Brasil é formada por educadores, cientistas, engenheiros, profissionais de TIC’s, jornalistas, advogados e todos aqueles que acreditam em educação aberta e recursos educacionais abertos. Os defensores da proposta acreditam que os REA podem gerar na educação um ciclo virtuoso e cooperativo de construção de conhecimento interativo e coletivo.

Hoje, na cidade de São Paulo existe uma Lei Municipal regulamentando o fato de que tudo que for produzido com dinheiro público na área da educação deverá ser considerado Recurso Educacional Aberto. No estado do Paraná temos o REA Paraná, que já desenvolveu propostas consideradas exemplos de cooperação na construção de materiais didáticos com os professores da rede pública estadual.

Mas para finalizar, fica então a pergunta: “tudo” que eu posso trazer da REDE para usar na minha prática pedagógica pode ser considerado R.E.A? Não é bem assim….até por que “tudo” que está na REDE não é aberto ou gratuito. Mas é sempre bom lembrar, que seja qual a sigla, qual o recurso utilizado, qual a tecnologia escolhida para apoiar sua pratica pedagógica, o papel do professor é fundamental, e principalmente a concepção de educação deste profissional e o ser humano que ele deseja formar. Sem esta concepção definida, corremos o risco sim, de nos perdemos em meio a tantas novas palavras, siglas e abreviaturas.

>> Escrito por Glaucia da Silva Brito e Ariana Chagas Gerzson Knoll. Glaucia é professora do Departamento de Comunicação Social e dos Programas de pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) e Educação (PPGE) da Universidade Federal do Paraná – UFPR, pesquisadora em Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação. Ariana é pedagoga e doutoranda do em Educação. As profissionais colaboram voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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