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O que será desenvolvido com os alunos? O que eles querem aprender? O que eles precisam aprender? Como aprendem melhor?

Estas são questões fundamentais no processo educacional. Assim, o planejamento e a busca do caminho mais indicado para cada classe torna-se um encantador desafio para o educador que mediará a construção da identidade daquele grupo que chega, a todo início de ano letivo, com lindos rostinhos ávidos de expectativas e desafios.

Um dos primeiros passos é sempre conhecer um pouco de cada aluno, seu envolvimento no grupo, seus interesses, as características de cada faixa etária e, a partir daí, selecionar e articular os temas que serão estudados por aquela determinada turma de alunos. Nesse momento do trabalho, delineia-se não só o que eles precisam aprender em cada uma das linguagens que compõem o currículo da Educação Infantil – a que denominamos de “parte cheia”, mas também o que eles querem e se interessam em aprender. Considera-se um espaço aberto, “vazio” no currículo, que permite dar voz às crianças, às percepções que elas têm do espaço em que vivem, à forma como se relacionam com a vida da escola, da comunidade escolar e, mais amplamente, com a vida da cidade, exercitando seu papel de cidadão, percebendo-se no mundo como agende de transformação social.

O trabalho por meio de projetos demanda, primordialmente, uma escuta atenta e sensível do professor, uma ligação empática com seu grupo de alunos, partilhando situações de aprendizagem que possam favorecer o surgimento de um tema.

Dessa escuta atenta do professor, surgem os projetos, as investigações! Trabalhar por projetos é levar em consideração o que as crianças perguntam, como pensam e de que modo aprendem. É uma forma de organizar o trabalho que, com metas claras de aprendizagem e de desenvolvimento dos alunos, proporcione situações significativas nas quais atividades de exploração e criação substituam as rotineiras tarefas de treino e repetição, criando um ambiente em que possam investigar, solucionar problemas, fazer reflexões, comparar o que sabem com o que é novidade, experimentar o que vivem, para, então, construir novos conhecimentos.

Para encaminhar as diversas etapas que constituem um trabalho por meio de projetos, cabe ao professor que o conduz a função de observar e interpretar as intencionalidades infantis, documentando todo o processo para poder, a partir da análise dos registros, relançar situações de aprendizagem motivadoras e favorecedoras da construção de aprendizagens significativas. Outro grande valor do projeto é permitir ao professor identificar conceitos frágeis no seu grupo de alunos e poder planejar novas ações para desenvolvê-los mais especificamente.

A aprendizagem se dá durante todo o processo e não envolve apenas conteúdo. As crianças desenvolvem habilidades não-cognitivas, ou sócio emocionais que são fundamentais para a formação integral. Conviver, negociar, argumentar, respeitar a opinião do outro, lidar com frustrações, colaborar, trabalhar em equipe, são algumas dessas habilidades.

O mais interessante é que o resultado de um projeto será sempre uma ação ou um produto. Desse modo, as crianças veem suas aprendizagens se transformarem em algo concreto – um texto, uma poesia, uma construção com sucata ou argila, uma obra de arte, enfim, tudo o que a criatividade e a sensibilidade permitirem para construir a memória do trabalho.

Todo esse caminho, depois de vivenciado, traz grandes resultados. Mais do que conteúdos e informações, estimula nas crianças o pensamento científico, atitudes de pesquisadores e pensadores, ou seja, pessoas que perguntam, investigam, criam, interagem, acolhem e vão buscar, em conjunto com os colegas, as respostas sobre o que desconhecem.

*Artigo escrito por Cláudia Ayres Paschoalinpsicopedagoga e coordenadora da educação infantil e ensino fundamental do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória, em São Paulo (SP), da Rede de Colégios do Grupo Marista. O Grupo Marista é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia. 

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