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Por que contar histórias às crianças?
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O ato de contar histórias é um hábito bastante antigo. Assim a cultura era preservada na época em que os livros eram mera utopia. O tempo foi passando, mas as histórias continuaram sendo contadas pelo povo. Aos poucos, elas foram morar nos livros, mas a contação perdurou.

Hoje, vivemos em um mundo repleto da mais alta tecnologia. Estamos rodeados de tablets, smartphones, notebooks; o virtual invadiu os nossos dias. No entanto, as histórias ainda podem e devem fazer parte das nossas vidas.

Contar uma história é partilhar algo. Um pouco de conhecimento, de tempo, de ternura. Um caldeirão de sentimentos que se misturam nesse momento em que pais e filhos ficam presos ao fio imaginário de uma história.

Quem não se lembra de uma bela fábula contada pelos pais antes de dormir? Ou daquela história de família contada pelo avô em sua cabeceira na mesa? Ou ainda daquela história de terror contada pelos primos mais velhos ao redor de uma fogueira na praia? Ou então aquela história cheia de magia contada pela professora que se fantasiava de bruxa?

As histórias são carregadas de sentimentos e saberes, lembrados ao longo do tempo. Infelizmente, podemos perceber que esse é um hábito que vem se perdendo em meio à rapidez dos dias. As crianças ficam presas aos eletrônicos enquanto pais e avós entregam-se aos seus inúmeros afazeres diários. Na escola também não é diferente, as histórias ficam sempre para amanhã em função de uma pilha de conteúdos a serem ensinados em tempo limitado.

Hoje tornou-se comum dormir vendo televisão ou uma animação no tablet.  Não é mais tão comum encontrar pai ou mãe que ponha o filho para dormir lhe contando uma bela história, fazendo assim a criança adormecer sonhando por meio de narrativas fabulosas que ganham vida em seu imaginário.

As histórias estão sendo esquecidas nas estantes empoeiradas, ficando sempre para um depois que nunca chega. No entanto, o que muitos se esquecem é que nesse hábito se esconde algo muito importante: a formação do leitor.

Ora, se queremos um mundo com mais leitores, dispostos a buscarem mais conhecimentos, a navegarem pela criatividade, a se aventurarem pela imaginação, temos que despertar o gosto pela leitura. E esse gosto, geralmente, nasce na infância, época em que nossas mentes voam mais pelo céu do imaginário.

E como despertar esse gosto? O que podemos fazer? Há várias ações para a família auxiliar nesse processo. Contar histórias é uma delas, pois é um hábito que pode começar ainda bebê e perdurar por muito tempo. Ao contar uma história, a criança vê o adulto cercado de livros, percebe o interesse naquele hábito que vem tomar para si. Sem contar nos sentimentos impregnados nesse ato, algo que fica para sempre impresso em nossas memórias.

Além disso, passear por livrarias, ir a bibliotecas, frequentar eventos literários, são hábitos que vão aproximando a criança do livro, fazendo ela perceber o universo de possibilidades que se esconde naquelas páginas coloridas.

Na escola, também é preciso rodear as crianças de histórias. Ter contação, teatro, música. Uma série de atividades que permitam o contato do aluno com a Literatura, fazendo ele encontrar prazer nas páginas de um livro. Logo, propiciar uma viagem literária na infância é ajudar a formar um leitor, capaz desbravar as veredas literárias.

As crianças encontram nos adultos o exemplo para seguir. Assim de nada adianta mandar uma criança ler se nós também não tivermos esse hábito. Por isso, para formar um leitor, é preciso um mergulho no mundo literário, com direito a muitas histórias contadas.

 

*Ana Rapha Nunes é escritora infanto-juvenil, autora de livros como “Mariana”, “Lucas, o garoto gamer” e “A Lua que eu te dei”. Estará lançando no próximo sábado (16) a obra “A noite chegou… e o sono não vem”, indicada para crianças de até sete anos. O evento ocorrerá na Livraria A Página, no shopping Cidade, das 15h às 17h. A autora é especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, e visita várias escolas, abordando a importância da literatura para o público infanto-juvenil. Colaboradora voluntaria com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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