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(Foto: Divulgação)

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Nosso país tem sido marcado por escândalos de corrupção em todas as esferas da sociedade. Ainda hoje, quase que diariamente, vemos prisões e processos que, inevitavelmente, trazem as palavras “ética” e “princípios” ao centro das discussões. Acredito que não haja uma idade específica a partir da qual se deveria começar a falar sobre este assunto com nossos filhos, na verdade, mais do que propriamente falar sobre, trata-se de “agir de acordo com”, isto é, a criança pequena aprende e apreende valores muito mais pelo exemplo, pelos modelos, do que pelo discurso. Assim, cada vez que a família passa valores e orienta a criança acerca de formas de agir e se comportar diante de determinadas situações ela estará, de alguma forma, falando de ética. Isso porque a família, não importando aqui qual é o arranjo desse núcleo, é a primeira célula de socialização e internalização de valores pela criança. E cabe à família a responsabilidade pela educação para ética da criança.

Além do modelo positivo, os pais podem chamar a atenção dos pequenos para as necessidades do outro. É muito importante trabalhar a questão da empatia com a criança; propor a ela que sempre se coloque no lugar do outro e veja se ela gostaria/acharia correto agir de determinada maneira que, por ventura, esteja prejudicando alguém apenas para atender aos seus interesses. É claro que na fase egocêntrica, ela terá dificuldade de entender isso, mas com certeza estará internalizando os valores passados. Isso faz com que, aos poucos, desenvolvam seu espírito crítico e construam sua cidadania, se tornem indivíduos que venham a contribuir para as transformações que a sociedade exige, especialmente no que se refere ao resgate de valores éticos.

O dia a dia se encarrega de trazer oportunidades para tratar com nossos filhos, como quando a criança leva para casa alguma coisa/algum objeto que não lhe pertence, ainda que diga (e que realmente tenha sido assim) que o coleguinha lhe deu. É importante que os pais deixem claro para ela que não se pode ficar com o que não nos pertence. Já no caso das notícias que aparecem na imprensa sobre corrupção, por exemplo, os pais podem explicar o que é isso e destacar que é uma via de mão dupla, isto é, alguém propõe e outro aceita a corrupção. Outra questão séria é a mentira. Eu não quero que a criança minta, mas peço que ela diga ao telefone que eu não estou quando não quero atender a uma ligação.

Mesmo sabendo que de casa vem a construção de valores, a escola deve reforçar o que é passado em casa. O ideal é que haja um alinhamento desses valores e cabe, assim, escolher uma escola que esteja de acordo com o que a família pensa e age.

* Solange Demeterco é doutora e mestre em História pela UFPR e graduada em Ciências Sociais também pela UFPR. É professora de história e sociologia do Colégio Sion em Curitiba. O SION colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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