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A maior parte de nós tem necessidade de participar de grupos, desportivos, sociais, profissionais, de estudo; e atualmente as redes sociais tem exercido papel de relevo na inserção em coletividades específicas no ambiente virtual.

Mas é preciso lembrar que Pierre Lévy, filósofo, sociólogo e pesquisador em ciência da informação e da comunicação, professor de Hipermídia da Universidade de Paris, define “virtual” como o que não se opõe ao real ou material, para ele “ainda que não esteja fixo em nenhuma coordenada de tempo e espaço, o virtual existe, ele é real, mas está desterritorializado”, ou seja, ocupa um espaço físico, o computador, ferramenta de produção de textos, sons e imagens, constituindo-se, portanto, num “operador da virtualização”.

Este mesmo pesquisador declara que embora nenhum ser humano saiba tudo, a humanidade possui todo o saber, todos sabem alguma coisa, e é dentro desta perspectiva que muitos professores têm utilizado as redes sociais, e especificamente o Facebook, como ferramenta de ensino-aprendizagem, que permite criar novos espaços e comunicação independente de distância ou tempo de encontros presenciais. Entretanto, embora saibam que redes assumem aspectos positivos como estes, criando laços emocionais entre indivíduos distantes e aumentando sua tolerância, elas também podem facilitar comportamentos violentos ou pelo menos agressivos, que ferem abertamente as regras da etiqueta que procura disciplinar atitudes e linguagens dentro do ambiente virtual; e assim estruturam o uso de acordo com os interesses de suas respectivas disciplinas, sincronizado com o desejo de compartilhamento e comunicação colaborativa que tanto atraem os jovens.

Utilizado desde 2004 na Universidade Harvard, o Facebook tornou-se uma das redes mais populares a partir de 2006 nos meios corporativos e individuais, e pode representar um apoio significativo para o ensino presencial, exatamente por expandir a sala de aula, não apenas no aspecto material, pois o próprio quarto do estudante passa a ser um prolongamento dela; pode ser levada no bolso com o celular, é portátil no tablet, é apreciada como forma de interação com amigos e de grande familiaridade em suas potencialidades, o que facilita a participação.

Outra vantagem do Facebook é ser muito menos rígido que outras tecnologias básicas de aprendizagem; o tempo gasto para domínio de uma plataforma que o aluno usará exclusivamente no estudo termina por desmotivar o estudo em si, ou seja, aprender como estudar e só depois estudar parece excessivo para a geração do “tudo ao mesmo tempo aqui e agora”.

E é exatamente na aprendizagem colaborativa que o Facebook tem sua maior potencialidade pedagógica: ao interagir sobre um determinado tema, opinando, criticando, citando outras fontes, complementando informações mútuas, o sentimento de pertencimento é fortalecido de forma positiva, e a construção do conhecimento se efetiva por meio de uma abordagem inovadora da simples leitura de texto seguida de debate.

Ao lado destas qualidades, surge a necessidade premente de discussões acerca de novas relações trabalhistas, pois o docente é demandado pelos estudantes inclusive nos fins de semana: adictos ao Face, enviam perguntas, fazem comentários, exigem intermediações contínuas. Parece muitas vezes impossível a eles que o professor não possa estar eternamente disponível. Metodologicamente também é indispensável estudarmos um pouco melhor este espaço complementar de aprendizagem, como melhorar as condições de interação entre docentes e discentes sem comprometer fundamentações teóricas importantes apenas no seu aspecto lúdico. Compreender exatamente onde termina a simples brincadeira – importante e facilitadora da aprendizagem – e começa o verdadeiro conhecimento sobre o tema abordado é fundamental para um professor, a ferramenta não pode substituir o objetivo a ser alcançado com ela.

Outro tópico a ser aprofundado diz respeito às aprendizagens com o suporte da internet, baseadas na comunicação em rede, pois implicam em processos participativos, estabelecendo novas relações em termos de propriedade intelectual, pelo mútuo envolvimento, pelo compartilhamento do conhecimento e, eventualmente, gerando construção conjunta de protótipos ou produtos.

É um modelo de atividade que extrapola o individual, denota experiência e estruturação de representações, reflexões, e que amplia as capacidades cognitivas de cada participante, mas que ainda desafia seus usuários.

* Artigo escrito por Wanda Camargo, professora do UniBrasil Centro universitário e associada do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.  

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