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(Imagem: Divulgação)

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A nossa História retrata um povo sempre na busca de uma identidade própria, fomos Colônia, Império e hoje somos uma República. Nessa trajetória até os dias atuais vivemos momentos de embates e lutas pela construção de autonomia plena. Sofremos muitas influências e fomos ainda, o último país independente do continente americano a abolir a escravidão.

Aturdidos nessa procura incessante, sempre buscamos modelos de sucesso para que sejam adaptados à nossa realidade. Ora, importamos um modelito de lá ora de acolá. Éramos os melhores no futebol, contudo, países que sempre fazem a lição de casa muito bem-feita nos driblaram e hoje deixamos o reinado para a Alemanha. Não que devêssemos sempre ganhar esse título, mas a forma como tudo aconteceu é que nos causa tristeza. Muito dinheiro comprado e vendido, obras superfaturadas inacabadas, escolas abandonadas, segurança zero e doentes largados pelos corredores dos hospitais. A que custo fomos os hospedeiros de uma Copa do Mundo malsucedida e que deixou rastros de revolta e vergonha?

Bem, fomos descobertos oficialmente no ano de 1500, já tínhamos uma história nesse país continental, que não era apenas um legado do povo indígena que aqui habitava. Essa história tem muitos namoros anteriores ao ano oficial de seu descobrimento. E, a partir de então, passado o período da colonização, lutamos pela independência e pela construção de um povo com identidade própria.

Voltando ao presente, vamos pensar o que faz a diferença entre o “ser e o não ser” um país que transpira à democracia, à modernidade, que hoje está refletido em ter uma consciência ecologicamente correta, ser educado no respeito à diversidade e na inclusão, respeitar ao próximo como gostaria de ser respeitado. Tudo passa pela Educação. Ter ou não ter uma educação de qualidade indistintamente de cor, raça, credo e gênero.

Agora, analisando como estão tramitando a aprovação dos Planos Municipais e dos Planos Estaduais de Educação percebe-se a existência de um fosso, quase que intransponível, entre o real e o ideal de educação. Interesses à parte, todavia a intenção para que esse país de dimensões continentais se transforme em um país deveras sério em suas intencionalidades, urge mais 500 anos de formação e educação, porque a nossa mentalidade atual está forjada em levar vantagens e não no que é certo ou errado. Daquilo que é sério e faz bem, faz bem para a saúde do corpo e da alma, e com ela o orgulho de ser brasileiro, sem preconceitos nem falsas modéstias, tão característicos de povos evoluídos.

Só mais 500 anos. Será o suficiente para que vícios de mandos e desmandos sejam substituídos por interesses de tornar esse país em um país sério com governantes comprometidos em alavancar o crescimento pensando em uma Educação de qualidade para toda a população. Serão suficientes esses aninhos a mais?

Voltando à caverna de Platão; já falei sobre ela em outro artigo. Continuaremos a acreditar naquilo que é reproduzido tomando como verdades absolutas ou sairemos para fora de nós mesmos e veremos que nada daquilo é o real? O mundo é outro e mudou, e essa mudança precisa vir de dentro para fora. Líderes precisarão ser formados para conduzir essa nova ordem que não é a pregada por martelos e pregos fundidos em um único lugar absoluto como verdades estagnadas e absolutas.

Para que essa nova realidade seja vislumbrada, a qualidade da educação precisa ser enfrentada como um bem apropriado por todos os viventes dessa nação. E será que é o que presenciamos nessa “pátria educadora”? Educadora de quê e para o quê e para quem? Encaminhando jovens para qual espaço de liberdade conquistado pela sabedoria e pelo conhecimento?

E, saúde, segurança e educação ainda em estado de gestação.

Apenas para lembrar, retidão de caráter, honestidade, vergonha não se importam. Ou se tem ou não se tem.

*Artigo escrito por Fátima Chueire Hollanda, assessora Pedagógica do Sinepe/PR e Diretora da TeachingConsult – Empresa de Consultoria e Coaching Educacional. O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.  

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