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(Foto: Na Lata)
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O trabalho voluntário pode ser transformador. Além de trazer experiências importantes para quem dele participa, no caso da educação especial chega a ser determinante na gestão das escolas filantrópicas e na qualidade do ensino. O impacto social é visível após a promoção de ações que vão desde obras de reforma da estrutura física até a capacitação de profissionais. Com a colaboração de pessoas e empresas que acreditam num futuro melhor para aqueles com necessidades especiais, as escolas filantrópicas conseguem se aperfeiçoar, e abrir vagas. Apenas para se ter uma ideia do quão longe esse trabalho pode chegar, a estimativa da ASID é que hoje existam na Grande Curitiba 1.600 famílias, com renda média de 2 salários mínimos, aguardando para matricular um familiar na educação especial.

Em geral, programas de voluntariado são voltados para atender a uma demanda ou problema que as escolas especiais não têm conhecimento ou recursos para resolver. Por isso, a ação de cada voluntário faz mesmo a diferença. No caso das capacitações, por exemplo, um voluntário que possui conhecimento sobre finanças pode decidir doar seu tempo e ensinar gestores das instituições como e onde investir melhor os recursos. Para nós, que cuidamos do administrativo, participar das aulas foi proveitoso e esclarecedor a respeito da gestão das entidades filantrópicas. A partir dos cursos colocamos muita coisa em prática no nosso cotidiano. Eles nos mostraram o caminho a ser seguido.” – Cecilia Lopes da Silva, uma das gestoras da Escola EPHETA, que atende deficientes auditivos em Curitiba.

Na outra ponta, a experiência possibilita ao voluntário desenvolver competências e características, como comprometimento, tolerância, responsabilidade, disciplina e organização, que serão importantes em seu futuro pessoal e corporativo. Por isso, cada vez mais as empresas desenvolvem suas áreas de responsabilidade social, pois percebem que é a melhor forma de capacitar seus funcionários para as funções que executam. Além disso, quando o voluntariado acontece em grupo, os colaboradores criam vínculos positivos para a execução do trabalho na empresa.

Os programas de reforma também resolvem um sério problema: a maior parte das instituições beneficentes na capital precisa de reparo em infraestrutura, por falta de recursos ou na espera deles. Uma pessoa pode pensar que, sozinha, não conseguiria fazer muito. Mas e se ela se engajasse a um grupo de amigos e até mesmo à empresa onde trabalha? “Foi a primeira vez que participei e desde o primeiro dia foi bastante gratificante a experiência. Poder acompanhar ao longo dos dias as melhorias realizadas por cada voluntário, todos ajudando uns aos outros, também foi o que me motivou estar presente nessa obra. Saber que o pouquinho que você pode oferecer faz muita diferença é bastante recompensador e faz valer a pena cada dia que você pode participar.” – Gabriela Méo, voluntária que atuou na reforma da Escola da Apás (Associação de Pais e Amigos do Surdo) na capital. Nas ações de voluntariado promovidas pela ASID, por exemplo, não é preciso ser especialista no assunto para participar das reformas porque os trabalhos realizados giram em torno de pintura, pequenos reparos de ambientes, construções não complexas e outras atividades, sempre com a orientação de pintores e pedreiros, o que é muito importante para evitar acidentes e para que tudo corra da maneira certa.

Vemos como o efeito do voluntariado é multiplicador. As instituições de ensino começam a se interessar mais sobre cada tema abordado, trocando experiências e adotando novas práticas. No caso do próprio voluntário, o sentimento que fica é o de que ele acaba recebendo muito mais do que doa, é o de utilidade em uma importante causa, é o de contribuir com pessoas que realmente precisam. O voluntário se torna uma pessoa cada vez mais conectada à sociedade. Além disso, participando das atividades, ele motiva os funcionários e beneficiários das instituições, que passam a acreditar que melhorias são possíveis e que existem pessoas dispostas a colocar a mão na massa para que isso aconteça.

Costumo dizer que o mais difícil é começar. Em 3 anos vivenciando o voluntariado na ASID, recebemos mais de 700 pessoas, sendo que cerca de 300, quase metade delas, retornaram pelo menos mais uma vez e várias outras começaram a ajudar uma instituição perto de sua casa. E o mais legal é que as ações chegam ao fim, mas os voluntários continuam ativos nas instituições que ajudaram, trazendo familiares e amigos e ampliando esta rede do bem.

>> Este artigo foi escrito por Luiz Hamilton Ribas diretor Marketing e Voluntariado e um dos fundadores da ASID (Ação Social para Igualdade das Diferenças) ONG que trabalha para melhorar a gestão das escolas de educação especial gratuitas, resultando na melhoria da qualidade do ensino e na abertura de vagas no sistema.

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