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O que fazemos para contribuir com o aprendizado?
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Há tanto tempo em sala de aula, muita coisa foi se naturalizando. Uma coisa: o que devemos ensinar. Mas, o que devemos ensinar?  Devemos ensinar?

Bom, há muito não penso mais assim. Pergunto-me, isso sim, como contribuir para que os jovens com os quais eu trabalho aprendam o que julgam importante aprender.

Se eles querem aprender algo, algo, obviamente, eles já têm desse aprendizado. Daí ouvir é um bom caminho para começar o meu trabalho. Queria ouvir mais, muito mais, pois esse é o caminho.

Daí, desse ouvir histórias, vou organizando algumas histórias minhas. Como uma tessitura. Lembro de minha infância, minha mãe com bilros, compondo rendas: fios pra lá e pra cá, as mãos ágeis, o desenho da renda na cabeça.

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Minha história vai aparecendo nas histórias que conto e chamando por eles, para continuarem, darem sentido mais do que somente significados. O sentido é o que o coração registra. E fica mais tempo, impregnando o corpo e a mente, transformando os significados em lugares com vontade de ficar.

Creio que esse impregnar-se de ouvir e contar está na base de qualquer aprendizado, seja de história, língua brasileira ( cansei de falar  “língua portuguesa”), matemática, ciências, artes e seja lá o que for.

Mas não pode ser de qualquer jeito, sem planejamento e sem preparação. Aliás, esse é o componente fundamental da formação: o exemplo. Preciso mostrar aos que me ouvem que me preparei dura e docemente para contar histórias. Como se envolve-los fosse tão importante como a minha vida. Lembram da história de sherazade? Ah, é uma linda história…

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