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Um dia de mobilização no combate à mortalidade materna representa o desejo e os esforços para que a gestação, parto e pós-parto signifiquem segurança, respeito e bem-estar para a mulher e sua família. De modo a tornar este ciclo de vida, tão íntimo, uma responsabilidade de todos os envolvidos.

São notórios os avanços alcançados por meio da investigação dos casos, que refletem a diminuição gradual do número de mortes maternas, bem como qualificam o conhecimento de quem são estas mulheres e por que elas morrem.

Quando se fala em mortalidade materna o panorama do estado não destoa do cenário nacional, e reflete uma realidade onde a eclampsia (ocorrência grave decorrente de pressão alta durante a gestação) e a hemorragia (sangramento) pós-parto são as principais causas de morte materna. As condições sociais e econômicas estão intimamente relacionadas a estes desfechos indesejados.

Outra evidência segura neste cenário é a de que a maior parte das mortes maternas poderiam ter sido evitadas. Constatação que demonstra a necessidade de ações governamentais e locais para conscientização e mobilização em torno da mudança desta realidade.

Sobre os profissionais de saúde recai a responsabilidade de agirem em consonância com as Boas Práticas de Atenção ao Parto e Nascimento preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), dentre as quais estão: avaliação do risco gestacional durante o pré-natal; fornecimento de assistência obstétrica onde o parto for viável e seguro e onde a mulher se sentir segura e confiante; respeito sobre a escolha e direito da mulher ao acompanhante desde o pré-parto até o pós-parto; estímulo a posições verticalizadas durante o trabalho de parto; uso do partograma (gráfico onde são anotadas a progressão do trabalho de parto e as condições da mãe e do feto); monitoramento do bem-estar físico e emocional da mulher durante trabalho e parto e ao término do processo de nascimento; administração preventiva de medicação em mulheres com risco de hemorragia no pós-parto; contato cutâneo direto (pele-a-pele) precoce entre mãe e filho e apoio ao início da amamentação na primeira hora após o parto; e exame rotineiro da placenta.

Mulheres e familiares podem ser informados e corresponsabilizados quanto a estas e outras práticas preconizadas para a qualificação da assistência prestada, de modo que, juntamente com os profissionais e sociedade civil, sejam sujeitos ativos e comprometidos com o bem-estar materno e neonatal.

Vale lembrar que condições epidêmicas como a incidência do vírus H1N1 e de doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, como o Zika Vírus e chikungunya podem ser determinantes no aumento da mortalidade materna. Daí a importância da conscientização quanto às formas de prevenção, dentre elas a vacina contra o H1N1, para a qual as gestantes estão entre os grupos prioritários.

Outra frente neste cenário são os Comitês de Prevenção da Mortalidade Materna, os quais têm, dentre outras, a finalidade de investigar os óbitos maternos, por meio de atuação técnica cientifica, não punitiva e sigilosa. Com função eminentemente educativa os comitês podem ser compostos por secretarias de saúde, conselhos de classe, sociedade científica, movimentos de mulheres, universidades, pastorais afins, hospitais e maternidades.

Desde 1989 o Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna atua no Paraná, em conjunto com 22 Comitês Regionais, 182 Comitês Municipais e 28 Comitês Hospitalares.

Sejamos todos sujeitos no combate à mortalidade materna, por meio das iniciativas públicas e privadas, individuais e comunitárias, de modo a empoderar um coletivo comum de que as gestantes e crianças fazem parte de um grupo sensível às condições socioeconômicas e ambientais e como tal necessitam atenção e cuidados condizentes. Sejamos todos guardiões do seu bem-estar!

*Artigo escrito por Carolina Bolfe Poliquesi, Enfermeira Obstétrica e Mestre em Enfermagem, que faz parte da equipe do Movimento Nós Podemos Paraná, articulado pelo SESI-PR, parceiro voluntário do blog Giro Sustentável.

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