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Como os administradores podem ajudar a transformar as cidades em um espaço melhor para todos? E mais, por que deveriam se preocupar com isso?

Em 2015, como resultante das negociações da Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável foram instituídos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sucedendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).  Trata-se de uma série de ações que deverão orientar políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional nos próximos quinze anos, ou seja, 2030. Busca-se, com os ODS, conseguir a integração das dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável e, assim, caminhar em busca de um mundo melhor, mais justo e mais humano para mais pessoas.

Entre os dezessete objetivos, um dos mais desafiadores é o de tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resistentes e sustentáveis.

Ao longo do tempo, por meio da transformação dos espaços geográficos que ocupa e ocupou, o homem experimentou diversas formas de se relacionar com a natureza, porém quase sempre a desprezando.  A abundância de disponibilidade de terras deu ao homem a ilusão de que os recursos seriam para sempre abundantes, o que certamente não ocorre num mundo com 7,4 bilhões de pessoas.

É correto afirmar também que a ocupação não ocorreu de maneira partilhada.  A terra, outrora elemento quase exclusivo para a geração de riqueza, quase sempre foi cortejada e acumulada, para posteriormente ser aviltada. Este acúmulo de terras – e de riquezas – fez com que muitos homens sobrevivam com pouco e poucos vivam com muito.

Continuando a agir de forma a intensificar o uso abusivo e o acúmulo por poucos, podemos garantir que em menos de 15 anos podemos transformar as cidades e comunidades em lugares sustentáveis? Uma resposta franca argumentaria a total impossibilidade, o que tornaria qualquer esforço realizado mera ação paliativa que, no geral, produziria pouco efeito. Assim, seria melhor não se fazer nada e contemplar os últimos suspiros de um planeta moribundo, certo? Não, certamente que não.

Uma das palavras que acompanha a humanidade é a tenacidade e isso nos torna capaz de superarmos as dificuldades que nós mesmos criamos. Assim, ao se refletir sobre sustentabilidade poder-se-ia pensar o progresso como a realização de um conjunto de possibilidades.

Precisamos acreditar que podemos garantir universalmente o acesso de habitação segura, adequada e a preço acessível. Por que não pensar num mundo em que o transporte público seja majoritário a todos os demais? Que sejamos capazes de propiciar proteção para as catástrofes, principalmente para os pobres e pessoas em situação de vulnerabilidade? Não seria bom um mundo em que tivéssemos o fim de obstáculos físicos para pessoas com deficiência em todas as edificações? Todos os sonhos descritos aqui são algumas das onze ações previstas no sentido de melhorar a ocupação dos espaços pelo homem, previstas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Pois bem, acreditar nas possibilidades se faz necessário, mas é suficiente? Há uma crença factível que temos soluções tecnológicas para quase todos os problemas que existem e somos capazes de criar muitas outras soluções, logo, pressupõe-se que não há impedimentos para o uso dessas tecnologias para solucionar o problema da caótica ocupação dos espaços humanos.  Sanado o problema de meios para fazê-los, a questão volta-se ao como executá-los e para isso aponta-se que a capacidade de gestão dessas tecnologias é que será capaz de atingir as utopias desejadas.

Melhores gestores, principalmente aqueles da coisa pública, poderão atingir resultados mais rápidos e com mais eficácia no prazo apontado. Assim, é preciso ter esmero em preparar as atuais e futuras gerações com ferramentas que os capacitem em realizar o planejamento, a organização,  a direção e controle das soluções encontradas. A formação de gestores, ou administradores, nem sempre é apontada como uma solução plausível para a solução de problemas ambientais. Isso é um equívoco. É neste ambiente que se formam os que possuem competências para tomar decisões em ambientes complexos. Faz-se necessário, porém, uma correção. As escolas de gestão devem fugir do estereótipo do administrador que tem obsessão por metas a qualquer custo. Para a ocupação de espaços melhores para todos, precisamos ter a severa vontade de executar tarefas, mas também acreditar nas utopias. 

*Artigo escrito por Claudio Marlus Skora, coordenador do curso de Administração do UniBrasil Centro Universitário, pertencente ao Núcleo de Instituições de Ensino Superior (NIES) do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE). O Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – CPCE é colaborador voluntário do blog Giro Sustentável.

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