Alguns de vocês já devem ter ouvido falar das Cidades Criativas, não é mesmo? Mas abordar este tema nem sempre é fácil pois cada corrente teórica aponta para uma direção diferente. Por isso, ao escrever este primeiro artigo sobre o tema, optei por priorizar dois aspectos: o ecossistema urbano e as classes criativas que ali estão. Desejo a todos uma boa leitura.
De um modo abrangente, o conceito vinculado à cidade criativa vem sendo desenvolvido por alguns autores, sob aspectos que vão desde as pequenas propostas urbanas, como por exemplo um mobiliário urbano, até as grandes intervenções, que envolvem reocupação e revitalização de áreas urbanas degradadas. Se considerarmos estas perspectivas podemos dizer que uma cidade que contém algum ou vários desses elementos, é uma cidade criativa.
Para a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) o significado de Cidades Criativas está diretamente relacionado ao funcionamento econômico e social de uma cidade. E é na cidade onde as pessoas desenvolvem suas atividades econômicas, sociais, culturais e também seu potencial criativo. Sob este ponto de vista socioeconômico e cultural, todas estas iniciativas compõe o ecossistema urbano e criativo, fazendo com que uma cidade seja criativa.
E o funcionamento de um ecossistema urbano só ocorre por meio da realização de ações integradas entre os diversos atores sociais, por exemplo, público, privado, sociedade civil e universidades. Estas ações devem de um lado estimular a criação de arranjos, relações sociais e espaços apropriados onde os profissionais criativos tenham condições de desempenhar suas atividades econômicas e de outro lado, oferecer um ambiente propício para que haja o consumo e a fruição destes produtos ou serviços originários da criatividade.
Nesta perspectiva dos arranjos que se formam dentro do ecossistema se torna estratégico o investimento e o apoio às micro e pequenas iniciativas que, em geral, já estão acontecendo nos espaços urbanos. O desafio para a maioria das cidades: onde estão e quais são estas iniciativas?
Esta preocupação tem ocupado a pauta de diversas cidades pelo mundo pois estas já despertaram acerca da importância deste setor criativo para o sistema econômico local. Um primeiro passo é o diagnóstico, e elas já estão investindo em pesquisas para o levantamento de dados e informações acerca do perfil destes profissionais que compõe as chamadas classes criativas, que em geral, pertencem aos setores econômicos vinculados a serviços.
Com estes dados em mãos será possível construir programas e projetos que atendam as demandas e as necessidades destas categorias profissionais, para que seja possível atraí-los e retê-los, e é claro, como consequência este movimento irá fortalecer a economia da cidade.
*Artigo escrito por Schirlei Mari Freder, conselheira no CAV – Centro de Ação Voluntária de Curitiba, instituição parceira do Instituto GRPCOM.
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