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(Foto: Lucas Pontes)
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(Foto: Lucas Pontes)

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“Serviços Ecossistêmicos” é o termo cada vez mais comum para descrever os benefícios que a natureza proporciona à sociedade, como o controle do clima e o fornecimento de água. Ainda não tão difundidos são os benefícios que a natureza proporciona também para a agricultura.

A proximidade de áreas naturais com áreas rurais pode ser muito positiva para a agricultura. A presença da fauna, como aves e insetos, em lavouras funciona como medida de controle biológico para pragas agrícolas. Um bom exemplo é o controle que as joaninhas exercem sobre pulgões, praga de diversas culturas.

Alguns insetos, como as abelhas, também desempenham papel importante de polinização, ajudando na produção de frutos e grãos. No Paraná, diferentes estudos demonstram que a soja, na presença de polinizadores, pode apresentar incrementos na produção de grãos, que pode chegar a 57%. Já a fauna do solo, composta pelas minhocas, ácaros e cupins, torna o solo agrícola mais fértil.

A oferta de água e o controle da erosão também são benefícios que a proximidade de áreas naturais traz para a agricultura. Tudo isso mostra que a incorporação de elementos da natureza na gestão das paisagens rurais oferece vantagens para a agricultura, em termos de controle de danos e produtividade.

No entanto, em geral, as propriedades rurais não estão preparadas para que os benefícios da natureza sejam aproveitados. Para que haja o aproveitamento dos Serviços Ecossistêmicos é fundamental a aplicação de ações de manejo.

Entre essas ações, é possível citar a restauração das matas ciliares, localizadas ao redor de leitos d’água e que fazem a retenção de sedimentos das lavouras, proporcionando a melhor proteção dos corpos d’água. Outra ação, o manejo de polinizadores, aumenta a produtividade de frutas e grãos. O enriquecimento florestal, que ao melhorar a qualidade de florestas, multiplica o número de animais benéficos para o controle biológico de pragas agrícolas e polinização. O plantio direto, que protege o solo contra erosão e auxilia na formação da camada fértil. E ainda o uso de inoculantes, produtos feitos à base de bactérias fixadoras de nitrogênio benéficas para o desenvolvimento das plantas, o que resulta em maior produtividade e diminuição do uso de fertilizantes químicos.

As ações descritas foram testadas pelo Projeto Parcerias pela Biodiversidade, desenvolvido pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) no município de Paula Freitas (PR), em parceria com as organizações Fauna & Flora International e a Souza Cruz. Depois de quatro anos de trabalho com um grupo de 17 agricultores familiares, os resultados se mostraram positivos não apenas para a conservação das áreas naturais, mas também para a produção agrícola. “Devido a algumas ações, tivemos um aumento de produtividade de 23% em lavouras de milho e 14,5% de feijão e economia de 25% com a redução do uso de adubos químicos. Em outros casos houve um incremento na produção de ponkan após aumentar a população de polinizadores no pomar desse cítrico”, relata o biólogo André Zecchin, da SPVS, que participou do projeto.

Essa perspectiva positiva mostra que a inserção da natureza no manejo da propriedade rural deve ser priorizada não somente por uma questão legal, mas também por beneficiar os negócios. Por isso, é essencial que a sociedade e principalmente as empresas do agronegócio enxerguem a importância do investimento na natureza, tratada na ótica do negócio como um capital natural.

*Artigo escrito pela equipe da ONG Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS, parceira do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.

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