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Nos últimos anos algumas palavras se tornaram chavões no mundo empresarial: competitividade; inovação; gestão do conhecimento; responsabilidade social; sustentabilidade, entre outras. Cada uma tem o seu contexto e significado próprios e facilmente qualquer acadêmico ou executivo teriam muitos argumentos para justificar a importância de cada uma destas expressões no processo de gestão corporativa.

Ao mesmo tempo, o cenário da evolução do ambiente de negócios aponta um conjunto cada vez mais complexo de desafios que as empresas enfrentarão nos próximos anos e décadas: entre estes, a crescente escassez de recursos naturais para atender a maior necessidade de consumo em nível mundial e brasileiro, seja pelo aumento vegetativo da população, seja pelo efeito-renda que amplia os indicadores per capita de consumo. Já são evidentes as dificuldades em várias regiões do planeta com relação a recursos naturais, sendo água, energia e alimentos os mais críticos.

Neste contexto, as empresas que atuam nos segmentos mais diretamente afetados por estes cenários precisam repensar suas estratégias de negócios e sem dúvida uma decisão inevitável será relacionada à inovação, como estratégia para sobreviver neste novo cenário. Segundo o Manual de Oslo (uma espécie de ISO 9000 da inovação), a tecnologia não é mais o único vetor da inovação: esta poderá ocorrer tanto nos produtos e serviços, como também nos processos, nas estratégias de marketing e na própria gestão organizacional. Outra evolução conceitual do Manual é que a inovação pressupõe uma melhoria significativa em qualquer das cinco categorias citadas, assim as melhorias de processos e a própria melhoria contínua por si só não constituem inovação, inclusive já são práticas correntes nas empresas.

Portanto, estamos falando de um novo processo de gestão, ancorado por uma visão estratégica do negócio, olhando mais para o futuro da sociedade e do mercado em que a empresa atua e com implicações em toda a cadeia de valor, com benefícios abrangendo todos os stakeholders.

Assim, a decisão de inovar não é mais uma reação pontual da empresa num certo momento do mercado: a inovação passa por uma visão focada no futuro desejável, tanto para a sociedade e o mercado como um todo, como para a própria organização. Daí a questão da sustentabilidade orientar a estratégia da inovação: veja que as três expressões aqui citadas – estratégia; inovação; e sustentabilidade – todas têm o mesmo foco temporal direcionado para o futuro. Conclui-se numa primeira reflexão que a inovação como estratégia de competitividade (e sobrevivência) para a empresa precisa ser sustentável, no sentido que a mesma será a diretriz central do processo de gestão da organização e orientará todas as decisões de negócio a serem tomadas.

Uma segunda reflexão, é que as empresas precisarão aprimorar nos próximos anos os mecanismos de governança e controle administrativo: sendo a gestão orientada por critérios de sustentabilidade, é necessário repensar o arsenal de ferramentas e controles focados geralmente nos resultados de curto prazo e de impacto imediato. Daí a crescente preocupação nos meios acadêmicos e empresariais de aproximar cada vez mais as questões de sustentabilidade e de governança, atualmente objeto de estudos e publicações nestas áreas temáticas.

Convidamos o leitor a aprofundar as reflexões aqui levantadas: precisamos neste momento fazer mais perguntas do que buscar respostas. Afinal, a inovação para ser sustentável precisa ser alimentada de contínuo questionamento sobre a evolução do ambiente de negócios.

*Artigo escrito por Heitor José Pereira, representante do ISAE, que integra o Núcleo de Instituições de Ensino Superior (NIES) do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE). O Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – CPCE é colaborador voluntário do blog Giro Sustentável.

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