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Casal de papagaios-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), espécie que existe apenas nos litorais do Paraná e São Paulo. A presença dos papagaios-de-cara-roxa serve como “termômetro” do nível de conservação de um ecossistema. Foto: Fábio Schunck
Casal de papagaios-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), espécie que existe apenas nos litorais do Paraná e São Paulo. A presença dos papagaios-de-cara-roxa serve como “termômetro” do nível de conservação de um ecossistema. Foto: Fábio Schunck| Foto:

Segundo o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná, as aves são o grupo em maior risco no estado. Elas representam 42% das 163 espécies listadas na publicação e sofrem, principalmente, com a redução e fragmentação das áreas naturais de Mata Atlântica. A preocupação com a conservação das aves está diretamente ligada à preservação de todo o bioma, devido ao papel que esses animais desempenham na manutenção do equilíbrio nos ecossistemas.

As interações das aves – em especial as que se alimentam de frutos – com diferentes espécies de plantas são fundamentais para o desenvolvimento das florestas. Cerca de 90% das espécies de árvores tropicais dependem de animais para dispersar suas sementes, uma função que as aves frugívoras desempenham muito bem. Elas não só espalham as sementes, como auxiliam na expansão da floresta, levando-as para germinar longe da planta-mãe. Espécies comuns na Mata Atlântica, como os beija-flores, também participam da polinização das flores, processo que faz parte da reprodução da flora.

As aves são também membros-chave da cadeia alimentar, seja como presas para carnívoros de todos os portes, seja como predadoras, a exemplo das aves de rapina (espécies caçadoras, como falcões e gaviões). O controle populacional de insetos, anfíbios, répteis e até de pequenos e mamíferos tem uma valiosa contribuição das aves carnívoras.

Além disso, espécies mais sensíveis à interferência humana em seus habitats, como o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), servem como referência para compreendermos o nível de conservação de um ecossistema. Quando uma área natural apresenta populações significativas dessas espécies raras, isso indica que as espécies da região têm mantido interações saudáveis.

Considerando a função das aves da Mata Atlântica e o alto risco de extinção para dezenas de espécies, o Cemave (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres), gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), criou no começo de 2017 o Plano de Ação Nacional (PAN) Aves da Mata Atlântica. O plano mobiliza pesquisadores, ONGs e órgãos públicos para preservar e recuperar as populações de 107 espécies da Mata Atlântica até 2022. Em setembro ocorreu a primeira monitoria, quando todas as ações foram avaliadas para verificação de seus resultados e avanços.

 

*Artigo escrito pela equipe da OSC Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS, parceira do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.

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