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No ano de 1967 a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) instituíram o Dia Mundial da Alfabetização o qual, comemorado em 8 de setembro, tem como principal objetivo fomentar a alfabetização como um dos elementos fundamentais do desenvolvimento de qualquer nação soberana.

A data, desde então, como todo ano, é celebrada (efetivamente e com a devida intensidade e satisfação) apenas em países privilegiados que souberam reconhecer que promover e garantir a alfabetização de seu povo é cumprir um dever e, ao mesmo tempo, salvaguardar um direito.

Identificar e decifrar códigos escritos é uma das principais funções da alfabetização; sendo, entretanto, antes de quaisquer outras prerrogativas, o ler e o escrever um importante subsídio para a manutenção da sustentabilidade e garantia do desenvolvimento de uma nação em todos os sentidos.

Mas, para muitos habitantes do mundo não se tem assegurado o direito fundamental de saber ler e escrever. Na atualidade, em plena era da informação, existe um número muito grande de indivíduos não alfabetizados em suas línguas natais. Semelhante situação tem levado os correspondentes países a um nível de progresso menor ou, em muitas das vezes, forçando aquelas nações ao subdesenvolvimento real e à miséria destruidora.

No mundo no qual impera a informação, com tantas maneiras de se difundir o conhecimento, não saber ler e escrever assemelha-se a retirar do indivíduo potencialidades necessárias para sobreviver. Inviabilizar a alfabetização de alguém é, em sentido estrito, favorecer um crime “hediondo” anulando a pessoa analfabeta.

Segundo a UNESCO, o analfabetismo apresenta duas formas a considerar; o analfabetismo absoluto e o analfabetismo funcional. No primeiro caso são reunidas as pessoas que jamais puderam ir para a escola ou que não permaneceram nela por mais de um ano. Já uma pessoa é considerada funcionalmente analfabeta quando demonstra a incapacidade de compreender textos simples. O analfabeto funcional mesmo sendo capacitado a decodificar minimamente frases ou textos curtos e reconhecer os números, não desenvolve a habilidade de interpretação de textos quaisquer plenos e de fazer operações matemáticas. Cabe acrescentar que é considerado analfabeto funcional, também, todo indivíduo maior de quinze anos possuidor de escolaridade inferior a quatro anos letivos.

Segundo levantamentos oficiais cerca de 11% da população mundial é constituída de analfabetos; sendo estimado que 75% deste total de analfabetos estão concentrados na Índia, China, Paquistão, Bangladesh, Nigéria, Etiópia, Egito, Brasil, Indonésia e na República Democrática do Congo. Nesta lista a Índia é o país com maior número de analfabetos do mundo e as mulheres representam, aproximadamente, dois terços de todos os analfabetos adultos do mundo.

No Brasil é estimada a existência de 14 (quatorze) milhões de cidadãos que podem ser classificados como analfabetos absolutos, tendo-se, também, uma população de quase 36 (trinta e seis) milhões de analfabetos funcionais. Assim, de cada quatro brasileiros um é analfabeto (absoluto ou funcional).

Vê-se, então, que o direito básico da alfabetização não é garantido nem no Brasil e tão pouco no mundo. Garantir que todo cidadão saiba ler e escrever é um dever das nações desenvolvidas e soberanas. No sentido de se adquirir plena sustentabilidade é exigido, então, urgentemente, um conjunto de medidas governamentais e a união de esforços dos distintos setores da sociedade para se instituir uma Política de Estado para que não mais existam analfabetos no mundo.

Ao assumir o compromisso com a Agenda 2030 da ONU para o alcance dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) o mundo civilizado declara trabalhar para se atingir a meta 4.6 do ODS 4 a qual estabelece que até 2030 deve-se garantir que todos os jovens e uma substancial proporção dos adultos, homens e mulheres, estejam alfabetizados e tenham adquirido o conhecimento básico de matemática.

Dar ao ser humano a possibilidade de ler e escrever é um direito internacional. Garantir que todo cidadão saiba ler e escrever é um dever das nações desenvolvidas que pretendam o progresso e a sustentabilidade em seus países.

Mais que uma prioridade educacional a alfabetização é uma condição primeira de vida em um mundo desenvolvido. É direito do indivíduo e como tal deve ser tratado independentemente de quaisquer ideologias ou políticas. Sejam reunidos esforços, então, para se garantir que todo ser humano possa ler e escrever em sua língua natal plenamente, pois a alfabetização é a chave que abre as portas de todos os conhecimentos e que possibilitará atingir a sustentabilidade.

*Artigo escrito por Carlos Magno Corrêa Dias, professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Câmpus Curitiba e membro do Colegiado do Movimento Nós Podemos Paraná, articulado pelo SESI PR, parceiro voluntário do blog Giro Sustentável.

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