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O primeiro fundamento da sociedade civilizada é a família, entendida como grupo com laços de sangue, de afeto, e até de estreitas afinidades culturais. Esses grupos estruturaram-se desde o princípio em torno de figuras femininas, que lhes deram estabilidade e sentido de pertencimento; o filhote humano precisa ser protegido e alimentado por tempo muito maior que os de outras espécies, demandando maior atenção da mãe. Enquanto os homens da tribo dedicavam-se à caça e coleta de alimentos, as mulheres iniciavam os rudimentos da agricultura que, por fim, permitiu a permanência de todos por mais tempo em áreas controladas, e a acumulação de grãos que garantia a sobrevivência em períodos difíceis.

Os laços maternos – ao lado dos paternos – estabelecem o primeiro ambiente de socialização, o modelo comportamental que de forma geral permanecerá ao longo da vida, ao fixar modos de proteção e bem estar. A família é o primeiro sistema que transmite à criança significados, crenças, valores, reflexos da sua inserção social no meio em que é constituída; ao lado das primeiras palavras, legando também conceitos éticos, visão do mundo e uma forma de convivência, que definirão o indivíduo adulto.

Vem dos vínculos familiares, portanto, a mais forte influência para o comportamento do jovem, considerando que as relações afetivas do primeiro grupo definirão a mediação entre os seres humanos em formação e a cultura estabelecida antes deles.

O núcleo básico costuma ser pai e mãe, mas outras configurações também podem desempenhar o mesmo papel, estabelecendo a dinâmica das relações cognitivas, afetivas e sociais do grupo mais amplo a que pertence uma criança. Um dos melhores exemplos é constituído pela escola, onde novos personagens passam a exercer influência, em particular as primeiras professoras – sim, o mais comum ainda é que sejam mulheres – que propicia à formação outros repertórios comportamentais, com a inserção da criança num universo de ações e resoluções de problemas que integram a experiência coletiva, e não apenas a individual, organizando, interferindo e estruturando as mais variadas formas de subjetivação e interação social, entre elas a forma de relacionar-se com outros seres humanos e com o próprio planeta.

Por meio dos intercâmbios familiares e escolares se concretizam as transformações na sociedade, a qual, por sua vez, influenciará as relações familiares futuras, caracterizando-se por um processo de influências bidirecionais, entre as interligações caseiras e os diferentes ambientes que compõem o ambiente externo.

Assim, todas as instituições educacionais, nos vários níveis, constituirão fator preponderante para o aperfeiçoamento pessoal, sendo preferível que incluam a percepção da sustentabilidade em seus diferentes aspectos: social, cultural, econômico ou ambiental. Tais vivências, quando compartilhadas por família e escola, participam ativamente na disseminação do conhecimento em todas as formas cotidianas de interação, refletindo-se na comunidade, alterando-a para melhor, ou pior, na dependência deste desenvolvimento de funções não apenas educativas, mas também sociais e políticas, formando o cidadão.

Apesar de permeadas por conflitos, por diferenças, dentro destes espaços materiais, comunitários e psicológicos se constituem os indivíduos, cada um com suas peculiaridades, como um microssistema, capacitando o jovem para as demandas do mundo globalizado, de mudanças rápidas e desafios interpessoais.

Tal como previsto na Constituição brasileira, em seu artigo 205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”; apenas o trabalho conjunto poderá melhorar e transformar o sistema educacional numa possibilidade concreta de inserção do Brasil entre as nações capazes de oferecer melhores condições de vida a seu povo.

Mãe e professora são aspectos de uma mesma necessidade instrutiva. Mas é a mãe a primeira a efetivamente educar, no que esta palavra tem de mais complexo e amplo, e muito daquilo que entenderemos por sustentabilidade ao longo da vida será definido por suas atitudes.

*Artigo escrito por Wanda Camargo, professora do UniBrasil e associada ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.  

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