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Algum tempo que não conversamos, não é? Conte-me como foi o seu Natal. A família, os parentes distantes e aqueles primos que nunca consegue ver estavam pertinho? Aquelas comidas deliciosas e a mesa farta? Enfeites de Natal pela rua e em casa? E os presentes, embaixo da grande árvore de Natal montada com tanto carinho, eram daqueles em pacotes brilhosos e bonitos? Ah, muitas vezes a gente nem percebe, mas alguns de nós têm a sorte de ter a presença do nosso Papai Noel…

Além disso me conte, o que realmente esse Natal representou para você? Nunca pensei de verdade nisso, sabia? Mas nesse último ano, peguei-me pensando o tempo todo: antes de chegar o Natal, durante e depois. Culpa de um menininho chamado Mário*, que só tem 12 anos.

Bem, deixa eu explicar. Este ano, pela primeira vez (não sei porque demorei tanto tempo da minha vida para tomar essa decisão e finalmente fazer isso), uma daquelas crianças que tenho contato pela Transforme Sorrisos, sim, uma daquelas crianças afastadas da família que mora em um abrigo que eu sempre falo, passou o Natal em minha casa!

E foi mágico!

Tanto que chega a ser difícil, quase impossível, colocar em palavras o que senti. A alegria dele, o sorriso, um olhar calmo e de felicidade plena, o quanto foi cuidadoso com minha avó de 85 anos, gentil, educado. E como não podia deixar de ser, como toda criança, estava super feliz em saber que a árvore de Natal era maior que ele! Parou ao lado dela para medir e ter certeza, um fofo! E a cara de espanto ao receber o seu presente? Que, como ele mesmo disse, “foi exatamente o que pedi para o Papai Noel!”.

Para mim, esse Natal representou o amor, a troca, pessoas, o verdadeiro valor do que temos. Nos seus poucos, mas duros 12 anos, e, no seu tamanho – menor que a árvore – o Mário, sem saber, me mostrou o valor das coisas simples.

Não era um brinquedo novo e caro que ele esperava nesse Natal. Longe disso. O sonho dele era viver de verdade esse momento. Ser recebido em um lar, repleto de amor, com respeito e sensação de igualdade, com o mesmo amor que eu tenho pela minha família.

O que aprendi nesse Natal foi, mais do que tudo, agradecer. Por ter tido essa oportunidade, por ter proporcionado esse momento que, espero do fundo do meu coração, não seja o único na vida do Mário. Muito obrigada!

E foi exatamente essa palavra que o Mário mais disse durante toda a noite. Antes de colocar ele para dormir, dei um abraço forte, um beijo com muito carinho e o que ouvi de volta foi um lindo “obrigado”, não só com palavras, mas com sentimento, com aquela sinceridade e pureza que é natural nas crianças – e que, infelizmente, muitos de nós perdemos quando crescemos.

No Natal de 2015, com certeza a família vai continuar crescendo. Quero poder estar novamente com o Mário aqui em casa, mas também com o Thiago ou o João.

Uma dica? Se permita fazer o mesmo! Desprenda-se dos medos, receios, pré-conceitos e abra sua casa e seu coração para essa oportunidade incrível que é ter uma criança que não é da sua família (e que talvez tenha a sensação de que não pertence a nenhuma família hoje), mas que, no primeiro segundo que entra em sua vida, você já ama como um filho.

*Os nomes são fictícios, para preservar a identidade dos meninos.

*Artigo escrito por Ana Nisio, empreendedora social, cofundadora e diretora executiva da Transforme Sorrisos, parceira do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.

**Quer saber mais sobre cidadania, responsabilidade social, sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Acompanhe o Instituto GRPCOM também no Facebook: InstitutoGrpcom e no Twitter: @InstitutoGRPCOM

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