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(Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)
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(Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

(Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

Ouve-se muito sobre os problemas com a Educação no nosso Brasil. Mas, em 2016, nossos jovens estudantes brasileiros brilharam mais uma vez em distintas partes do planeta ao serem vitoriosos em importantes campeonatos internacionais envolvendo conhecimento. Em praticamente todas as áreas do saber fundamental (Matemática, Física, Química, Biologia, Computação, dentre outras) tivemos campeões e muitos primeiros lugares.

Em competições internacionais tais como: IBO (International Biology Olympiad), IChO (International Chemistry Olympiad), IJSO (International Junior Science Olympiad), IMO (International Mathematical Olympiad), IMOF (International Mathematical Olympiad Foundation), IOAA (International Olympiad on Astronomy and Astrophysics), IOI (International Olympiad in Informatics),  IPhO (International Physics Olympiad), IYPT (International Young Physicists’ Tournament), OIAB (Olimpíada IberoAmericana de Biologia), OIAQ (Olimpíada IberoAmericana de Química), SHELL-ECON-MARATHON, dentre outras, os jovens brasileiros arrasaram e demonstraram a supremacia que possuem ao conquistarem medalhas, certificados de excelência e primeiros lugares em quantidades que aumentam a cada nova edição daquelas competições intelectuais.

Cabe salientar, também, que em algumas destas competições nossos jovens estudantes são apenas imbatíveis já há várias edições. O Brasil é dos brasileiros. Nossos estudantes mostram ao mundo o conhecimento que adquiriram e que detém ao serem vencedores nas competições referenciadas.

As vitórias de nossos jovens contribuem, também, certamente, para o alcance da sustentabilidade e para atingirmos os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) no campo da Educação e, poderiam, por outro lado, atestar a qualidade superior da Educação no Brasil. Contudo, paradoxalmente, de forma injustificável, inaceitável, a despeito do sucesso de nossos jovens campeões, somos obrigados a passar vergonha seguidamente em rankings como o PISA (Programme for International Student Assessment) da OECD (Organisation for Economic Co-operation and Development), no qual ocupamos sempre, já há quinze anos, as últimas posições.

No último PISA, de 2015, nossa miséria em determinados campos da Educação é exposta mais uma vez mundialmente. O Brasil obteve em Matemática mínimos 377 pontos enquanto a média mundial da OECD foi de 490 pontos; nos deixando muito, muito, longe dos 564 pontos conquistados pelo primeiro lugar.

Em Ciências, no PISA 2015, o Brasil obteve 401 pontos. O primeiro lugar atingiu 556 pontos e a média mundial da OECD foi de 493 pontos. Já em Leitura (na própria língua) nossos resultados do PISA 2015 evidenciam que os estudantes brasileiros são, também, péssimos. Enquanto a média mundial foi de 493 pontos e o melhor resultado mundial foi de 535 pontos, o Brasil obteve apenas 407 pontos.

Os pífios resultados do Brasil no PISA/OECD/2015 obrigam, invariavelmente, chamar responsabilidades sobre as razões segundo as quais ainda não conseguimos resolver as correspondentes deficiências quanto à adequada formação geral de todos os alunos brasileiros.

A situação se mostra grave, sendo necessária uma política de estado efetiva para resolvermos os múltiplos e sérios problemas que nos colocam enquanto país nas últimas posições no PISA ou em outros rankings semelhantes.

O PISA/2018 está se aproximando e os resultados do Brasil não serão melhores, pois necessários trabalhos não foram ainda, efetivamente, realizados. Se o Brasil começar hoje um sério e intenso trabalho na melhoria da Educação para todos, talvez no PISA/2021 nosso país comece a mostrar para o mundo sua força em Educação já demonstrada, também, há anos e com inteligência em outras modalidades de avaliação.

Não podemos esquecer que nossos campeões nas competições mencionadas tais como IBO, IChO, IJSO, IMO, IMOF, IOAA, IOI, IPhO, IYPT, OIAB, OIAQ, dentre outras, são brasileiros e receberam e estudaram os necessários conteúdos avaliados em instituições de ensino nacionais (do BRASIL) os quais foram ministrados por professores, também, brasileiros.

Ressalte-se que recentemente o Brasil, por intermédio de estudantes brasileiros do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), sagrou-se o grande campeão no último WorldSkills (Torneio Internacional de Educação Profissional) que é promovido pela Internacional Vocation Training Organization (IVTO). Fomos classificados em primeiro lugar e reconhecidos como a melhor educação profissional do planeta e neste campo não apenas promovemos sustentabilidade como, também, estamos ensinando como alcançá-la por intermédio da aquisição, utilização e difusão dos correspondentes conhecimentos.

Concordamos que não é admissível permitir que o futuro melhor de nossos jovens seja prejudicado devido à existência de uma Educação “ruim”. Sejamos, então, sustentáveis replicando para todos os jovens estudantes do Brasil a expertise que já possuímos e nos faz vitoriosos internacionalmente em vários campos do saber. Que a correspondente excelência seja replicada para todo sistema educacional nacional.

Difundamos e copiemos em nossas próprias terras toda expertise em Educação que já dá certo e que é reconhecida mundialmente. Conhecemos os caminhos. Vamos segui-los para garantir um futuro melhor para todos os nossos jovens estudantes.

*Artigo escrito por Carlos Magno Corrêa Dias, Professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Líder (Coordenador) do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC) da UTFPR/CNPq. O Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC) é colaborador voluntário do blog Giro Sustentável.

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