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(Foto: Reprodução/Facebook/Zimparks)
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Este artigo tem como objetivo refletir sobre a situação do leão e o homem frente à natureza, pois vivemos num cenário mundial onde o homem chegou a um estágio de desenvolvimento que sobrepuja tudo e a todos, o que está trazendo sérios desequilíbrios na ordem natural, inclusive de ordem moral, ou seja, falha de caráter.

O leão neste artigo estará representando a natureza, e o homem a esperteza.

Maquiavel, em seu célebre livro “O Príncipe”, orientava que:

“Tendo o príncipe necessidade de saber usar bem a natureza do animal, deve escolher a raposa e o leão, pois o leão não sabe se defender das armadilhas e a raposa não sabe se defender da força bruta dos lobos. Portanto é preciso ser raposa, para conhecer as armadilhas e leão, para aterrorizar os lobos”.

O que Maquiavel não previu, que o homem é tão ardiloso que criou armas e subterfúgios onde o leão não tem como se defender, e não há como comparar o homem sem caráter a um lobo ou a qualquer outro animal na natureza, já que entende que passou deste estágio, e é mais esperto e poderoso do que os animais e a natureza.

No mês de julho, deparamo-nos com a notícia da atrocidade cometida contra o leão Cecil, principal atração do parque de Hwange, no Zimbábue, por um homem que aparentemente tem uma boa formação escolar, bem estabelecido na vida, e que com certeza entende o significado de dor, já que a sua formação é em odontologia e reside em um país desenvolvido considerado uma das potências mundiais.

Então, paramos incrédulos e ficamos com uma questão no ar: o que leva um ser humano (se é que se pode chamar de ser humano), a matar um animal que de certa forma estava indefeso e, ainda, deixá-lo sofrer por um período de 40 horas (de acordo com os relatos que foram exaustivamente publicadas pelas diversas mídias em vários países)? Qual a motivação? Talvez, se julgando esperto o bastante para enganar o leão, bem como ensina Maquiavel: “(…) o leão não sabe se defender das armadilhas (…)”.

Esses atos cruéis levam a pensar o quanto ainda está defasada a formação nos lares pelas famílias, as instituições de ensino e demais espaços da sociedade.

Temos muitos bons exemplos, mas ainda são pífios perto da esperteza do homem sem caráter.

Precisamos de mais ações e mais pessoas de bem que possam afastar situações como estas, pensar mais preventivamente, tocar o coração das pessoas.

O caso do leão Cecil é um exemplo de que o nosso planeta não está sendo cuidado como deveria, que ainda não está se nutrindo de ações e pensamentos bons. As pessoas de bem e de caráter terão que se unir para dar um fim a estas crueldades no reino animal, e também no reino dos homens, porque também nos deparamos todos os dias com notícias de crueldades cometidas contra os idosos, crianças e mulheres.

As redes sociais representam um excelente canal de comunicação que tem o poder de unir as pessoas de diferentes localidades, propor campanhas, denunciar e provocar as pessoas a não se conformar. Devemos ser mais inteligentes que o homem esperto que acredita estar levando vantagem.

Além desta força da sociedade civil, serão necessárias legislações justas, para as punições adequadas aos homens sem caráter e preservação do nosso planeta.

Para finalizar, uma outra célebre frase de Maquiavel:

“As fundações principais para todos os Estados, sejam novos, velhos ou mistos, são as boas leis e um bom exército”.

*Artigo escrito por Maria Tereza F. Ribeiro, diretora da Faculdade SOCIESC de Curitiba, instituição associada ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.  

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