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Professor Rodrigo Berté e as hortas orgânicas (Arquivo Pessoal)
Professor Rodrigo Berté e as hortas orgânicas (Arquivo Pessoal) | Foto:
Professor Rodrigo Berté e as hortas orgânicas (Arquivo Pessoal)

Professor Rodrigo Berté e as hortas orgânicas (Arquivo Pessoal)

O conceito de sustentabilidade tem tomado proporções abrangentes, sendo discutido e planejado por diversos setores da sociedade. Mas, de maneira geral, o termo ‘sustentável’ significa muito mais quando pensado e planejado em conjunto com órgãos públicos e privados, de forma a se tornar muito mais eficiente para a sociedade como um todo.

Mas, nos casos em que nem o setor público e nem o setor privado sejam responsáveis por ações sustentáveis que gerem um retorno positivo para a comunidade, entram em ação as associações, Organizações Não Governamentais (ONGs) e fundações sem fins lucrativos, integrantes do terceiro setor, que têm como objetivo encorajar a prática de ações de responsabilidade socioambiental e de promoção do desenvolvimento sustentável.

São ações simples e de fácil aplicabilidade que podem gerar um impacto positivo para um determinado local, e que podem ser promovidas não apenas pelas organizações como, também, por um único indivíduo engajado na questão de sustentabilidade.

Um belo exemplo disso é uma ação desenvolvida por um estudante de design, que criou a “Bibliocicleta” que, como o próprio nome diz, é uma bicicleta que leva uma biblioteca comunitária para pessoas do município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, na Bahia. A ideia surgiu a partir da demanda de uma instituição cultural sem fins lucrativos que precisava dar um destino para os livros arrecadados para a montagem de uma biblioteca comunitária. Sua invenção é um exemplo de preservação do meio ambiente e de inclusão econômica e social, especialmente porque 90% do material utilizado para sua construção veio de descartes deixados nas ruas e a mão de obra foi voluntária.

Um outro exemplo, bem próximo a nós, é a ONG AMAS, na cidade de Fazenda Rio Grande, no estado do Paraná, que possui vários projetos de sensibilização socioambiental, dos quais merece destaque o “Bonde da Alegria”, cujo lema é ‘um sorriso muda tudo’, o projeto “Artneu”, que faz arte com pneus usados, e o resgate de cães abandonados no projeto “Adote um Amigo”. Todos esses trabalhos são coordenados por uma educadora e neles participam alunos da rede pública e estudantes de graduação na área de ciências ambientais.

Já a ONG UNIBIO desenvolve um projeto de implantação de hortas orgânicas comunitárias, o qual eu pude acompanhar pessoalmente o trabalho, e tem o maior exemplo de práticas sustentáveis com associações comunitárias na cidade de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Não basta somente a mobilização social, mas a sensibilização dos atores sociais dentro de uma responsabilidade individual e posteriormente de coletividade.

São ações deste tipo que geram trabalho, renda, educação e equilíbrio ambiental. Não de forma independente mas, sim, de forma integrada. O que demonstra que as organizações sustentáveis precisam ser ambientalmente corretas e socialmente responsáveis.

Estas instituições têm desempenhado um papel importante de conscientizar os cidadãos da necessidade de participar do processo de transformação da sua realidade e do ambiente em que estão inseridos. Independentemente de ação em conjunto com as instituições, sejam elas públicas, privadas ou sem fins lucrativos, o importante é que essas ações transformem a realidade e o pensamento de forma coletiva, mesmo que agindo de forma individual.

Não basta apenas pensar e conhecer as práticas sustentáveis. Elas devem ser inseridas no cotidiano e disseminadas, tais como consumo consciente, descarte de materiais eletrônicos, separação de lixo orgânico e reciclável, por exemplo. Essa dinâmica social deve fluir para uma construção coletiva de uma sociedade saudável a partir da consciência individual.

Ter uma postura cidadã motiva as pessoas ao seu redor a adotar os mesmos hábitos e pode contribuir com o desenvolvimento sustentável. Ser um agente catalisador de mudanças promove o desenvolvimento social local para alcançar os objetivos comuns. É como diz aquela famosa frase: “a união faz a força”.

*Artigo escrito por Rodrigo Berté, PhD em Educação e Ciências Ambientais e professor do Centro Universitário internacional Uninter, instituição associada ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.  

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