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Sustentabilidade: Um dever de todos
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Atualmente falar em sustentabilidade é algo normal e, apesar da maioria das pessoas remeter o tema apenas a questão de meio ambiente, isso já caracteriza responsabilidade nos mais diversos níveis de conscientização de que é preciso preservar água, ar, evitar desmatamento e gerar menos lixo, de forma a cuidar do que se tem hoje a fim de que as futuras gerações não sejam impactadas negativamente. Porém, a sustentabilidade vai além do olhar exclusivo para a natureza, e foi no sentido de ampliar essa visão que nos anos de 1990, John Elkington, cofundador da organização não governamental internacional SustainAbility criou o termo triple bottom line, cujo foco abrange pessoas, planeta e lucro. Trata-se de uma ampliação da visão de negócios que considera não apenas os resultados financeiros, mas também a sociedade e o meio ambiente buscando equilíbrio entre esses três pontos. No Brasil esse termo ficou conhecido como o Tripé da Sustentabilidade, um modelo que considera o economicamente viável, o socialmente justo e o ambientalmente correto. A visão inicialmente organizacional, hoje pode ser aplicada a qualquer situação estratégica que gere valor de forma perene, seja em uma empresa, cidade ou país. O que importa é considerar que o foco no economicamente rentável, não conseguiu ser sustentável ao longo do tempo, visto que, desde a Revolução Industrial, o foco do mundo era na geração de riquezas priorizando o Ter, Ganhar e Produzir. Isso foi extremamente positivo durante mais de 150 anos, porém, o mundo cresceu, e juntamente com esse aspecto veio o aumento paralelo da desigualdade social e das questões ambientais que despertaram o interesse devido as consequências geradas. Desta forma surgiram problemas que precisam ser combatidos diariamente como é o caso da poluição, efeito estufa, contaminação de mares e rios, desmatamentos, entre outros pontos que hoje precisam ser tratados com mais seriedade.

O mundo moderno trouxe o futuro com ele, e o dinamismo em todos os aspectos determinou urgência em diversas ações, envolvendo instituições de grande porte que pudessem falar pelo maior número de pessoas possível. Verificou-se que ações isoladas não seriam suficientes para alterar o rumo de problemas globais, e que sem um processo de conscientização inicial nenhuma ação seria suficiente por mais eficiente que fosse. E foi com base em avaliações como esta que em 1999 o então secretário geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, em Davos na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial anunciou o Pacto Global, que foi oficialmente lançado em Nova Iorque no ano 2000 com o objetivo de encorajar empresas a adotarem políticas de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade. O Pacto Global possui dez princípios envolvendo Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Desenvolvimento, incentivando as empresas a fazerem projetos que contribuam com a qualidade do mundo. Porém, alguns temas precisavam de ações mais urgentes e por este motivo nesse mesmo ano 2000, a ONU lançou os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM com oito compromissos concretos que deveriam ser atingidos em um prazo de 15 anos. No Brasil esse pacote de desafios sociais ficou conhecido como “Oito Jeitos de Mudar o Mundo”. Questões importantes e urgentes que visavam erradicar a pobreza extrema e a fome, atingir o ensino básico universal, promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna, combater o HIV/AIDS, a malária, garantir a sustentabilidade ambiental e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento. Oito objetivos, distribuídos em 24 metas e 48 indicadores que precisavam ser atingidos em 15 anos. O Brasil assim como os demais países membros da ONU trabalhou muito e os resultados foram muito positivos.

Ao final do prazo estabelecido os ODM mostraram que impactaram a vida das pessoas de diversas formas, porém, esses resultados precisavam continuar além dos 15 anos estabelecidos, e foi aí que surgiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis – ODS, com desafios mais amplos dando continuidade aos oito definidos nos ODM, agora com 17 objetivos, 169 metas definidas em conjunto com governos, empresas e a sociedade civil.

A desigualdade social evidencia a emergência da situação e alerta para a necessidade do engajamento de toda a sociedade a fim de tornar esses objetivos realidade no prazo estabelecido pela ONU. Para isso, a disseminação desses Objetivos Globais é fundamental, uma vez que colabora para uma conceituação mais abrangente, possibilitando uma reflexão inclusive, com relação ao papel das empresas e seu poder transformador através das boas práticas organizacionais e da influência que exercem sobre seus colaboradores.

O mundo mudou porque as pessoas mudaram com o acesso as informações, aumentando o conhecimento e resultando em qualidade em pontos vitais que antes nem eram evidenciados. Hoje percebemos ética ou a falta dela em nosso dia a dia, e isso mostra um compromisso com o planeta antes restrito apenas a nossa casa. Viver mais é aumentar o nosso prazo de validade, e isso somente fará sentido se forem observadas ações de respeito, cidadania, colaboração, e isso indiscriminadamente. Em 1948 a ONU divulgou os Direitos Humanos e em sua base estava registrada a igualdade de direitos para todos. Por este motivo, analisando as propostas abrangentes de um Pacto Global, os itens emergenciais dos ODM e a ampliação desses tópicos através dos ODS, fica uma questão importante: Qual é o seu projeto estratégico para ser realizado até 2030?

 

*Artigo escrito por Devanir Simões (Zeca), graduado em Marketing, com pós graduação em Administração, Negócios e Metodologia do Ensino Superior; MBA e mestre em Governança e Sustentabilidade. Atua como professor de Programas de MBA e ainda é participante de projetos e consultorias corporativas. Consultor Membro do Projeto de Consultoria FGV/ISAE/CBPG – Comitê Brasileiro do Pacto Global/Global Compact/ONU.  O ISAE/FGV é uma instituição parceira do Instituto GRPCOM.

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