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O Heliocentrismo Renascentista no século XVI retrata muito bem na história da humanidade o abismo entre a crença e a ciência, e todo um espaço temporal que uma sociedade, como um todo, leva para compreender os novos valores que são revelados pela ciência. Seria injusto buscar um único ator para culpar a não aceitação de uma nova teoria do nosso sistema solar ou do universo, sendo portanto, mais sensato, compreendermos que toda uma sociedade pode estar envolvida nesta recusa ou falsa refutação, por simplesmente demonstrar passividade. Ainda com base neste exemplo da história, pode-se inferir que aqueles que detêm o conhecimento da ciência e que realizam seus experimentos podem desenvolver maior sensibilidade e afinidade com a realidade observada, quando comparado a grupos de poder que somente tomam decisões pertinentes aos seus interesses administrativos, econômicos e políticos.

A Revolução Industrial, cujos pilares incluíam a ciência, a tecnologia e um novo sistema econômico, esteve fundamentada na maximização da produção e comercialização. A sua expansão beneficiou grupos de poder e tomadores de decisão nas arestas econômica e política, levando-se, portanto, neste período, a uma aceitação da ciência, em grande parte, pela sociedade de produção e consumo. Observando-se que este sistema produtivo já representava uma ameaça aos limites naturais do planeta, alguns chamados “engenheiros economistas” no século XIX apresentaram críticas a este crescimento econômico predatório que se catalisava a partir da Revolução Industrial.

Mais tarde, estas proposições críticas seriam aprofundadas em estudos matemáticos e computacionais sobre os “Limites do Crescimento” publicado em 1972 e comissionado pelo Clube de Roma, além de “Um Olhar sobre o Ambiente Global – GEO5” publicado em 2012 pela Organização das Nações Unidas. Dessas discussões, fortaleceu-se a proposta de Teorias do Biocentrismo que situa a natureza e todo o sistema ecológico, incluindo o homem e todas as outras espécies, no centro das atenções, ao contrário do modelo reducionista do Antropocentrismo que situa o homem isoladamente do seu habitat.

Observa-se ainda, neste começo do século XXI, um alto grau de desconhecimento de uma grande parte de grupos de poder e tomadores de decisão sobre a relevância e implicações da Sustentabilidade. Pode-se inferir mais uma vez, como aconteceu no Heliocentrismo Renacentista, que aqueles que detêm o conhecimento da ciência e que realizam seus experimentos em campo ou laboratório podem desenvolver maior sensibilidade e afinidade com a realidade observada, quando comparado a grupos de poder que somente tomam decisões pertinentes aos seus interesses administrativos, econômicos e políticos.

A Sustentabilidade, não se trata de opção econômica e política, mas se refere a como nosso habitat, planeta e universo se comportam e se limitam funcionalmente. Os caminhos para a Sustentabilidade podem ser inúmeros, mas nenhum deles será factível se não almejarmos um futuro mais promissor para nossas futuras gerações.  Quando se mensura o PH ou a acidez das águas, o nível ou volume de CO2 na atmosfera, ou ainda o abismo social em uma região, não se trata de crença ou opção, mas de fatos comprovados pela ciência. Pode ser que o ser humano busque “desilusão, crença e catástrofe”, ou senão, “pro-atividade, ciência e longevidade”. Eu opto por esta última somada ao amor, fé e esperança.  

*Artigo escrito por Farley Simon M. Nobre – Ph. D., representante da Universidade  Federal do Paraná (UFPR) do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) no Núcleo de Instituições de Ensino Superior (NIES). O Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – CPCE é colaborador voluntário do blog Giro Sustentável.

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