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Sustentabilidade! Uma palavra da moda, todos falam e pensam que entendem ou sabem sobre o que estão falando. Temos diversas variáveis: cidade sustentável, vida sustentável, indústria sustentável, desenvolvimento sustentável.  As pessoas gostam de falar sobre o tema porque ‘é legal’, mas na verdade não entendem do que se trata.

Quando o lixo sólido é separado do orgânico, claro que é uma atitude sustentável se considerarmos a vida útil de um lixão ou aterro sanitário da cidade – pois esses espaços irão durar mais. Porém, sustentável mesmo seria não gerar nenhum lixo.

A rigor, sustentável mesmo eram as famílias até o início do século XX, que viviam no campo, produziam os próprios alimentos para consumo e vendiam as sobras. Elas podiam viver por muitas gerações no mesmo local. Portanto, eram famílias que viviam de modo sustentável.

Atualmente vivendo em grandes metrópoles, ninguém pode se orgulhar de ser sustentável, pois ninguém o é verdadeiramente. Uma cidade só pode ser considerada sustentável se possuir até 70 mil habitantes, de acordo com os parâmetros da ONU, e mesmo para esse porte são impostas algumas condições:

a) deve tratar 100% do esgoto;

b) deve tratar 100% do lixo;

c) deve ter programa de produzir a maior quantidade possível de coisas que consome no seu entorno, como alimento, água, produtos industrializados, etc;

d) deve ter programa de geração de resíduos sólidos com metas de diminuição por habitante;

e) deve ter programa de uso de veículos para transporte de pessoas e produção, com meta de redução do uso.

Portanto no Brasil, nenhum dos mais de 5,5 mil municípios podem se considerar sustentáveis e, seguramente, estão muito longe disso. Porque nos casos das cidades brasileiras, quanto menor geograficamente, mais precário é o cuidado com a destinação correta para os resíduos sólidos e efluentes.

A cidade é por natureza insustentável. Pois o modo de vida praticado pelas pessoas, em busca de uma vida mais confortável, em busca de bens e juntar coisas, tendem a deixar para o prefeito que ‘cuide’ da cidade. As pessoas só se preocupam em comprar e viver bem, mesmo que isso custe a ‘saúde’ da cidade.

Os agentes públicos, como a Vigilância Sanitária das cidades, não têm conhecimento e nem a preocupação com a sustentabilidade, pois lançam mão de uma’ visão curta’ de saúde pública e, muitas vezes, por pressão de algum poder econômico, estabelecem regras ‘descartáveis’, que pregam mais controles, datas de vencimentos para produtos industrializados muito exíguos e, portanto, incentivando o desperdício e a geração de lixo.

Ainda o poder público, com sua burocracia, busca de forma incessante o controle, e exige cada vez mais papéis e documentos – que devem ser levados de um setor ao outro, sempre de carro e queimando combustível.

Para tentar equilibrar essa balança, os habitantes das cidades precisam ter atitudes de sustentabilidade diárias, como separar e dar destino correto ao lixo (o que não significa separar e colocar para fora da casa); diminuir o uso do automóvel, por exemplo, pensar sempre se realmente é necessário usá-lo para comprar o pão na esquina de casa. Usar a água com critério: banhos curtos, descargas conjuntas, lavar roupas em maior quantidade.

Usar a energia com racionalidade e sempre desligar a luz, TV, e outros equipamentos sem uso. Comprar o que realmente necessitamos, e evitar embalagens, pacotes, caixas, etc.

Outra dica é participar das ações da comunidade onde está inserido, seja condomínio ou associação, para influenciar na condição política da sua região e incentivar os vizinhos a atitudes responsáveis e sustentáveis. Plantar e cuidar de uma árvore é muito importante, cada membro da família deve ter a sua.

Essas atitudes definitivamente não resolverão o problema, mas darão maior sustentabilidade para a vida na cidade. Se teremos que viver nas cidades por dez ou mais gerações, podemos prolongar a qualidade de vida que temos.

Pois o modelo de indústria, cidade, vida, e desenvolvimento que temos hoje, definitivamente não é sustentável. Precisamos urgentemente rever esse modelo.

*Artigo escrito por Ademar Batista Pereira, educador, vice-presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) e associado ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.  

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