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Onde estão os botequins de português nesta Curitiba polaca?
| Foto:
Ilustração de Guilherme Caldas
João Raposo, dono e alma da Cantina Açores, no Juvevê, no traço de Guilherme Caldas

“Sai um bolinho de bacalhau, portuga!”

Quem andou pela Baixa Gastronomia carioca ou paulistana certamente já ouviu a frase, já que os portugueses dominaram o negócio dos botequins por ali.

Em Curitiba, cidade de forte imigração do centro e do leste europeu, acabamos por perder um pouco o rastro dos bravos portugas. Mas basta um olhar atento pra encontrá-los atrás do balcão.

E pode ter certeza – difícil haver bar melhor no quarteirão que o do português.

Pra ilustrar essa breve história, trago cá dois portugas que estão, certamente, entre os donos de bodega mais gente fina de Curitiba: Sílvio, do Beija-Flor, e João Raposo, da Cantina Açores.

Em comum, ambos tem uma breve passagem pela zona norte de São Paulo no caminho entre Portugal e a terra dos pinheiras. Sílvio veio da Ilha da Madeira. Raposo, óbvio, do arquipélago dos Açores.

Raposo, à primeira olhada, é rabugento. À segunda, também. Mas vá em frente que você vai conhecer uma das mais raras figuras do ramo em Curitiba (e dono da casa que serve o mais honesto bacalhau da cidade). E um cara muito gente fina. (Certa vez, reclamei que fora maltratado noutro bar, pra ouvir dele: “Não tens que ir a outro bar, tens que vir aqui”. Falou sério, posso jurar.)

Heros Schwinden
Decoração do Beija-Flor, localizado na esquina da Paula Gomes com Mateus Leme, no São Francisco

Já Sílvio é homem de sorriso fácil. Difícil não ficar fã do sujeito – e, por conseguinte, da inacreditável comida e do clima de “ação entre amigos” do Beija-Flor (tente conseguir chegar a tempo de garantir a feijoada ou a dobradinha que você vai entender do que tou falando).

Claro, ambos servem bolinho de bacalhau. Cada um a seu modo. Na Cantina Açores, o quitute chega à mesa em porções de seis ou dozes pequenas unidades. No Beija-Flor, vende-se a unidade de um bolinho generoso. E, evidentemente, em casa de português, azeite só de primeira. Nestes botecos, em todas as mesas tem extra-virgem sim, senhor!

Qual o melhor? Difícil dizer. E escolher pra quê? Fiquemos com os dois.

E não só com eles. Quem são os outros portugas dignos de nota nesta Curitiba polaca? E os bolinhos de bacalhau? Há rivais para os do Sílvio e do Raposo?

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Serviço

Cantina Açores
Rua Euzébio da Motta, 306, Juvevê, (41) 3027-3614 (veja no mapa).
De segunda a sexta, das 11h30 às 15h e das 18h até o último cliente.
Aos sábados e domingos, das 11h30 às 18h.
Aceita cartões.

Beija-Flor
Rua Paula Gomes, 170, São Francisco, (41) 3232-5181 (veja no mapa).
De segunda a sábado, das 7h30 às 22h.
Aceita cartões.
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E aproveite pra conhecer o Mapa da Baixa Gastronomia.

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