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(Brunno Covello/ Gazeta do Povo)
(Brunno Covello/ Gazeta do Povo)| Foto:
Edvaldo Elias da Silva no clássico entre Atlético e Paraná, na primeira fase. (Brunno Covello/ Gazeta do Povo)

Edvaldo Elias da Silva no clássico entre Atlético e Paraná, na primeira fase. (Brunno Covello/ Gazeta do Povo)

A arbitragem foi o assunto quase único da semana do jogo de volta entre Coritiba e Londrina, domingo, no Couto Pereira, pela semifinal do Campeonato Paranaense. Reflexo da atuação de Selmo Pedro dos Anjos Neto na partida de ida, no Café. Mas também de todo o histórico de polêmicas nos confrontos entre os dois times. É essa carga que estará sobre um dos mais experientes árbitros do estado.

 

Edvaldo Elias da Silva apita, no domingo, seu 90º na elite do futebol paranaense. Marca significativa em jogo importante para o qual, desde a manhã desta sexta-feira, ele já faz uma preparação especial. A começar por um trabalho físico específico para um jogo em que um time pressiona e o outro contra-ataca e culminando com uma análise coletiva e individual das duas equipes, com atenção aos “mergulhadores” e “reclamões”.

 

Em entrevista por telefone ao Intervalo, Edvaldo falou da sua preparação, evitou comentar a atuação de Selmo Pedro dos Anjos no Café e deixou dois avisos bem claros: 1) Manterá sua baixa tolerância com reclamação; 2) Fará o máximo para que seja o personagem menos falado depois do jogo deste domingo.

 

Como recebe a missão de apitar esse Coritiba x Londrina depois de uma semana inteira em que só se falou de arbitragem?

Para mim é um desafio normal na carreira. Tenho experiência, já apitei vários jogos de semifinal. Fala-se muito de arbitragem pelo histórico do duelo entre as duas equipes. Farei de tudo para passar despercebido.

 

Assistiu ao jogo de domingo? Gostou da atuação do Selmo?

Assisti a boa parte da partida. Seria antiético comentar a atuação de um colega. Árbitro quando assisti a uma partida sempre está torcendo para ele ir bem. Posso garantir que o Selmo tentou fazer o melhor.

 

Foi exagerada a gritaria em torno da atuação dele?

Se entrar nesse detalhe, estarei comentando a atuação.

 

Como é sua rotina entre sair a escala na quinta-feira e apitar um jogo decisivo no domingo?

Mantenho uma rotina de treinamento diária. Depois que sai a escala, faço um trabalho específico para o jogo. Hoje de manhã já fiz um trabalho de movimentação específico para um jogo com uma equipe atacando direto e outra marcando, mas buscando o contra-ataque. No dia do jogo, com toda a equipe de arbitragem, é feita uma análise geral da partida. Se um time tem mais a característica de alçar a bola, então o posicionamento é voltado para o ponto futuro, onde a bola vai. Se determinado time tem um jogador mais driblador, então você tem de ficar mais próximo para saber quando é falta ou quando é simulação.

 

Essa análise ajuda a se prevenir, por exemplo, de um jogador mais manhoso, que goste de cavar falta ou de reclamar?

O futebol brasileiro tem uma cultura de simulação muito difundida. De modo geral, 90% das equipes têm essas características. Não sei algo do jogador ou uma orientação dos técnicos. A gente procura não condenar ninguém por causa do histórico, mas ficar mais atento por causa desse histórico.

 

O Sérgio Corrêa distribuiu uma circular recomendando que os árbitros sejam mais enérgicos para coibir o que ele chama de “pitis” dos jogadores por qualquer coisa. Você recebeu essa recomendação? Já aplicará um rigor maior contra reclamações?

Eu já tenho como característica não ser muito tolerante com reclamação exagerada. A maioria reclama de maneira acintosa para intimidar a próxima decisão da arbitragem. Por disputarem a Copa do Brasil, Coritiba e Londrina já devem estar cientes dessa recomendação e de que seus jogadores estarão passíveis de punição.

 

Depois de tudo que se falou da atuação do Selmo, foi consenso que você ou o Adriano Milczvski acabaram indo para o sorteio desse jogo – e foram os dois. Você se vê como alguém realmente talhado para resolver essas broncas na arbitragem local?

Ao longo de toda a minha carreira, desde o início, sempre fui colocado nos jogos mais difíceis e decisivos, o que foi aumentando com a experiência. Estou em uma fase excelente, como vários outros nomes da arbitragem local, que me permite apitar um jogo decisivo como esse.

 

Falou com o Afonso depois do sorteio?

Ainda não. Ele sempre liga antes do jogo para desejar sorte e recomendar que a gente cumpra a regra. É o que eu farei como faço sempre. Trabalho para que vocês não precisem falar de mim na segunda-feira (risos).

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