• Carregando...
Felipão pediu voto para Jardel, que ainda contou com o apoio de Danrlei para ser eleito.
Felipão pediu voto para Jardel, que ainda contou com o apoio de Danrlei para ser eleito.| Foto:

A cada dois anos, ex-jogadores, dirigentes e até narradores tentam transferir para as urnas o prestígio conquistado no futebol. Foram 30 candidatos com história no mundo da bola disputando as eleições de ontem pelo Brasil, de marinheiros de primeira viagem a personagens que já têm mais tempo de gabinete do que de gramado. Treze conseguiram se eleger.

O maior vencedor foi Romário, eleito senador no Rio de Janeiro com mais de 60% dos votos. Mas também têm muito a comemorar Andrés Sanchez (mais votado deputado federal do PT em São Paulo) e Evandro Rogério Roman, que conseguiu uma rara transferência de votos. Entre os derrotados, destaque para o tombo de Roberto Dinamite no Rio, o fracasso do presidente (bi) campeão brasileiro em Minas e a melancólica votação de um dos maiores ídolos do futebol mineiro. Confira o balanço eleitoral do blog (e avise na caixa de comentários se tiver faltado alguém do futebol).

Paraná

Evandro Rogério Roman (PSD) – Ex-árbitro de futebol e secretário estadual de Esportes entre 2011 e 2014, disputou a primeira eleição direto como deputado federal. O plano ambicioso foi combinado a uma estratégia bem clara: fazer dele o herdeiro político de Eduardo Sciarra, deputado federal com base em Cascavel por três mandatos seguidos e escolhido para coordenar a campanha de Beto Richa. Deu certo. Roman foi eleito com 92.042 votos.

 

Roman agradece a votação para deputado federal.

Roman agradece a votação para deputado federal.

Schweinsteiger até dançou para pedir voto para Paulo Rink. Não adiantou.

Schweinsteiger até dançou para pedir voto para Paulo Rink. Não adiantou.

Paulo Rink (PPS) – O ídolo do Atlético já havia usado seu prestígio para ser eleito vereador em Curitiba, em 2012. Para subir à Câmara Federal, apostou em apoios estrelados. Os campeões mundiais Schweinsteiger e Neuer gravaram divertidos vídeos de apoio ao ex-atacante da seleção alemã. Romário e Marcelinho Carioca fizeram o mesmo. Não adiantou. Paulo Rink fez 19.307 votos – o último da coligação dele a entrar teve 82 mil.

 

Rio Grande do Sul

Danrlei (PSD) – O ex-goleiro do Grêmio conseguiu o segundo mandato para deputado federal com apoio expressivo. Com 158.973 votos, foi o segundo mais votado à Câmara no Rio Grande do Sul.

 

Washington Coração Valente (PDT) – Maior artilheiro de uma edição de Campeonato Brasileiro, com o Atlético, em 2004, Washington estreou na política sendo eleito o vereador mais votado de Caxias do Sul, em 2012. A tentativa de trocar a segunda metade do mandato municipal por um em Brasília, porém, não deu certo. Washington 333.492 votos.

 

Cassiá (SD) – Ex-jogador e técnico de futebol (dirigiu até o Coritiba), licenciou-se do segundo mandato como deputado estadual para ser candidato a vice de Ana Amélia Lemos (PP). A dupla liderou as pesquisas durante boa parte da campanha, mas ficou fora do segundo turno, que será disputado entre Tarso Genro (PT) e Ivo Sartori (PMDB)

 

Jardel (PSD) – Centroavante preferido de Felipão e famoso por pérolas como “clássico é clássico, e vice-versa”, Jardel estreou na política fazendo dobradinha com Danrlei, seu ex-colega de Grêmio. Funcionou. Com 41.227, foi eleito deputado estadual.

Felipão pediu voto para Jardel, que ainda contou com o apoio de Danrlei para ser eleito.

Felipão pediu voto para Jardel, que ainda contou com o apoio de Danrlei para ser eleito.

 

Mazarópi (PCdo B) – Goleiro campeão mundial e da Libertadores pelo Grêmio, com passagem também pelo Coritiba, Mazarópi recebeu apenas 4.721 votos para deputado estadual.

 

Tarciso Flecha Negra (PSD) – No meio do segundo mandato para vereador em Porto Alegre, o atacante campeão mundial pelo Grêmio em 1983 tentou ser eleito deputado estadual. Recebeu 10.422 votos e volta para a Câmara Municipal da capital gaúcha.

 

Sandro Sotilli (PSB) – Uma lenda do futebol do interior gaúcho, Sotilli não reverteu os gols por 15 clubes diferentes só no Rio Grande do Sul em votos. Estreou na vida política com apenas 7.689 votos a deputado estadual.

 

Dinho (PRB) – O carniceiro volante do Grêmio de Felipão nos anos 90 não teve a mesma sorte de Jardel, com quem concorreu na preferência dos gremistas por uma vaga de deputado estadual. Recebeu apenas 6.414 votos.

 

São Paulo

Andrés Sanchez (PT) – O ex-presidente do Corinthians teve uma eleição folgada para deputado federal. Recebeu 169.834 votos, a maior marca do partido.

 

Marcelinho Carioca (PT) – A terceira candidatura de Marcelinho terminou em frustração como as duas anteriores. Em 2010, o máximo conseguiu foi uma suplência de deputado federal. Em 2012, não foi eleito vereador em São Paulo.

 

Dinei (SD) – Jogador do Corinthians, do Coritiba, flagrado no antidoping por uso de cocaína, capa da G Magazine, participante d’A Fazenda… O exótico currículo do ex-atacante Dinei não será reforçado pelo cargo de deputado federal. Com 1.541 votos, ele repetiu a frustração de 2012, quando tentou ser vereador por São Paulo.

 

Fernando Capez (PSDB) – Como promotor público, Capez fez da guerra contra as torcidas organizadas seu bilhete de entrada na política. Obteve o terceiro mandato para deputado estadual com a maior votação de São Paulo: 306 mil votos.

 

Ademir Da Guia (PRP) – Vereador em São Paulo entre 2004 e 2008, o Divino tentou uma cadeira na Assembleia Legislativa paulista. Ficou fora, com medianos 23.283 votos.

 

Rio de Janeiro

Romário comemora e agradece a eleição no Rio de Janeiro.

Romário comemora e agradece a eleição no Rio de Janeiro.

Romário (PSB) – Eleito deputado federal em 2010, o Baixinho surpreendeu na sua atuação na Câmara, aliando críticas duras à gestão do futebol brasileiro com engajamento em projetos a favor de portadores de Síndrome de Down. Foi a base para sua vitória ao Senado, com 4,7 milhões de votos, o triplo do recebido pelo ex-prefeito do Rio, Cesar Maia, que era favorito à cadeira. Na campanha, Romário já prometeu ser o porta-voz das causas do Bom Senso FC e endurecer as críticas à CBF no Senado.

 

Roberto Dinamite (PMDB) – Depois de cinco mandatos consecutivos como deputado estadual, Roberto Dinamite não conseguiu se reeleger. O presidente do Vasco recebeu míseros 9.452 votos.

 

Bebeto (SD) – Parceiro de ataque de Romário no tetra, Bebeto conseguiu se reeleger para deputado estadual com 61.082 votos, mais que o dobro da eleição de 2010, quando estreou em eleições recebendo pouco mais de 28 mil votos.

 

Deley (PTB) – Jogador do Fluminense nos anos 80, foi eleito para o quarto mandato a deputado federal, com 48.874 votos.

 

Minas Gerais

Raul Plassmann (PSC) – Ídolo do Cruzeiro nos anos 70, o ex-goleiro, nascido em Antonina, tentou uma vaga para deputado federal. Com 9.082 votos, ficou de fora.

 

Reinaldo (PTdoB) – Maior artilheiro da história do Atlético-MG, um mandato como vereador e outro como deputado estadual. Apesar dessas referências, Reinaldo teve uma votação inexpressiva para deputado federal: 840 votos.

 

Mário Henrique Caixa (PCdoB) – Narrador dos jogos do Atlético-MG na Rádio Itatiaia, a mais ouvida de Minas Gerais, o “Caixa” (alusão ao seu grito de gol) foi o segundo deputado estadual mais votado em Minas, com 130.593 votos.

 

Gilvan Tavares de Pinho (PV) – Na teoria, presidir um time campeão brasileiro, com o bi muito bem encaminhado, deveria ser certeza de eleição. Na prática, não foi bem assim com o presidente do Cruzeiro. Os 38.400 votos recebidos não bastaram para elegê-lo deputado estadual. Detalhe: seu colega de Atlético-MG, Alexandre Kalil, chegou a lançar candidatura para a Assembleia Legislativa mineira, mas desistiu logo após a morte de Eduardo Campos.

 

João Leite (PSDB) – Com 63.623 votos, o ex-goleiro do Atlético-MG elegeu-se pela sexta vez consecutiva deputado estadual. A carreira política ainda tem dois anos como vereador por Belo Horizonte, uma passagem pela secretaria estadual e outra pela municipal de esportes em BH.

 

Alencar da Silveira Júnior (PDT) – Ao menos nas urnas, o América-MG mostrou mais força que o Cruzeiro. Dirigente do Coelho, Alencar da Silveira Júnior foi eleito para o quinto mandato como deputado estadual com 79.389 votos.

 

Marques (PTB) – Em 2010, Marques foi eleito deputado estadual com a segunda votação mais expressiva de Minas Gerais (153,2 mil votos). Em 2014, com 39.027, cerca de um quinto dos votos de quatro anos atrás, não conseguiu se reeleger.

 

Pernambuco

Fernando Bezerra (PSB) – Presidente do Santa Cruz entre 2008 e 2009 e ministro do Desenvolvimento no governo Dilma, foi mais um a crescer com a comoção pela morte de Eduardo Campos. Recebeu 2,6 milhões de votos e foi eleito senador.

 

Bahia

Bobô (PCdoB) – Craque do Bahia campeão brasileiro de 1989 e administrador da Fonte Nova quando uma parte da arquibancada cedeu, matando sete torcedores, em 2007, foi eleito deputado estadual 27.242 votos.

 

Ceará

Evandro Leitão (PDT) – Presidente do Ceará, eleito deputado estadual com 70.228 votos, a 12ª maior marca do estado.

 

Pará

Zé Augusto (PTdoB) – Atacante trombador do Paysandu que derrotou o Boca Juniors na Bombonera, Zé Augusto recebeu 14.721 votos e não conseguiu uma cadeira na Assembleia Legislativa do Pará.

 

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]