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A camisa com a célebre frase dita antes da final do Mundial de 2006.
A camisa com a célebre frase dita antes da final do Mundial de 2006.| Foto:
A camisa com a célebre frase dita antes da final do Mundial de 2006.

A camisa com a célebre frase dita antes da final do Mundial de 2006.

O Internacional estava a poucos minutos do jogo mais importante da sua história quando Perdigão pediu a palavra. “Vamo atropela os malandro”, disse o meia reserva. “Os malandro” era o Barcelona de Ronaldinho Gaúcho e Deco, adversário na final do Mundial de Clubes de 2006. Não foi um atropelamento, mas o Inter venceu por 1 a 0. Vitória que valeu o mais importante troféu da sua galeria e rendeu a Perdigão mais um causo para a sua coleção.

 

Aos 36 anos, aposentado desde 2011, Perdigão curte a vida em Curitiba. Leva as crianças para a escola, faz churrasco com os amigos, aproveita a vida que o futebol lhe deu em uma carreira iniciada no Paraná. Agora, começou a usar seu lado folclórico para reforçar o pé de meia.

 

Os causos e frases de Perdigão inspiraram uma linha de produtos à venda na internet, pelo site Folclore FC. Para explicar por que finalizava pouco, Perdigão disse “Não queimo cartucho. Se eu chuto, é gol”. A frase foi parar em um chinelo personalizado, lembrando outra crítica recorrente – suas contusões. O indefectível anel de ouro e o apreço pelas baladas viraram abridor de garrafa e cantil. E, claro, a frase motivacional antes do duelo com o Barcelona estampou uma camiseta. O ícone da coleção “Perdiga mito”, que, no site, rivaliza com uma do ex-gremista Dinho (com tesoura, carrinho e faca de churrasco). “A minha é mais estilosa”, diz, com a autoridade de quem atropelou muitos malandros nos gramados.

 

Como surgiu a ideia de usar esses seus causos para criar uma linha de produtos?

Foi o Rafael, lá de Porto Alegre, que me ligou fazendo a proposta. Ele trabalha nesse segmento de vender boneco de jogador e disse que, como eu sempre tive a imagem de ser um cara espontâneo e a rapaziada gosta disso, daria certo. Eu falei: “Taca o pau aí, bicho!”. Ele acabou fazendo está todo mundo curtindo.

 

Está dando um retorno financeiro bom?

Eu não entendo nada disso, é ele que mexe. No primeiro dia a aceitação já foi muito boa. A expectativa é de que com a divulgação, vá melhorando ainda mais o resultado.

 

De qual produto você mais gostou?

Gostei de todos. A máscara ficou muito parecida com a minha cara e cabeleira. O anel de abrir garrafa a rapaziada gosta muito. O chinelo ficou legal, também a camisa com a minha foto e a frase “Vamo atropelar os malandro”.

 

Qual linha ficou melhor: a sua ou a do Dinho?

Lá em Porto Alegre você tem de fazer para colorados e gremistas, senão não vira. A máscara do Dinho, com chapéu de cangaceiro, é ótima, mas a minha, com a peruca, ficou mais estilosa.

 

Para qual jogador você daria o chinelinho de presente?

Vou mandar para o Índio, lá no Inter, que é muito amigo meu. Não que ele mereça por ser chinelinho, trabalha pra caramba. Mas já tem quase 40 anos, merece descansar um pouco.

 

E o cantil?

Mandaria para o Chicão, meu parceiro, gente boa também. Está vindo para Curitiba com o Flamengo enfrentar o Coritiba.

 

No início do ano, em uma entrevista para o site Impedimento, você falou que no Inter campeão mundial de 2006 tinha a turma do vinhozinho (jogadores mais caseiros) e a turma da Skol litrão (balada e churrasco), e que você juntava essas duas turmas. Hoje, o futebol brasileiro é mais vinhozinho ou Skol litrão?

A rapaziada nova tem uma cabeça diferente, está deixando a noite de lado. Hoje em dia o negócio é mais chique. A fase atual do futebol brasileiro é muito mais vinhozinho.

 

Faz falta ao futebol brasileiro ter jogadores que curtam um pouco mais a vida?

Deve ter um monte de jogador que faz essas coisas ainda, mas é que não aparece. Também não jogo mais, fico com a minha família, então me coloco no meu lugar. Tem o momento do descanso e o da diversão. Se for dentro dos limites, sem extrapolar, falta às vezes uma noitada.

 

Ainda tem contato com o Adriano Gabiru?

Falo sempre. Semana passada a gente esteve junto, era aniversário dele. É uma pessoa fantástica. Agora está mais parado do que em atividade, mas mantém o mesmo físico de sempre. Se precisar jogar, ele entra em forma rapidinho. Só está desanimado com algumas coisas que passou no futebol. É duro quando as pessoas prometem e não cumprem.

 

É difícil escolher essa hora de parar?

É uma decisão sempre complicada. Eu parei quietinho, fui ficando fora do mercado. Surge jogador muito rápido no Brasil e eu fui perdendo espaço, aí decidi parar.

 

Ainda pretende fazer algo no futebol?

Tenho muita amizade no meio do futebol, mas é preciso saber com quem você anda, com quem vai trabalhar. Prefiro não me envolver. Futebol é muito chato, tem uns caras muito nojentos, Deus o livre. Em campo, então, a coisa é mais complicada. Hoje em dia é muita força e pouca qualidade.

 

Mas uma pelada você joga?

De vez em quando bato uma bolinha. Sempre tem uns caras que só querem fazer jogada bonita, mas quando a bata assa, botam a bola no ex-jogador. Aí em quatro, cinco minutos eu resolvo o jogo.

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