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Foto: Marcio Valle/Primeiro Round
Foto: Marcio Valle/Primeiro Round| Foto:

O curitibano André Francisco dos Reis tem um apelido bastante sugestivo para quem quer seguir a carreira de lutador: Tyson.

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“É por causa da mão pesada. Comecei a nocautear e a rapaziada passou a me chamar assim, lembrando o Mike Tyson”, conta o atleta de 24 anos, com quatro vitórias por nocaute nas quatro vezes em que pisou num ringue de MMA profissional. Todos os triunfos aconteceram no primeiro round de eventos pequenos em Curitiba.

Mas André Tyson não é feito apenas de força nos braços. Em 8 de novembro de 2015, um dia depois de seu segundo combate, ele quase foi a nocaute. O oponente inesperado chama-se piomiosite tropical.

Na época, André também era percussionista em uma banda de pagode chamada Grupo Suave. Após um show, ele se sentiu mal. Não conseguia andar e teve de ser carregado até o carro.

No hospital, nem morfina adiantou — só amenizou a dor. “Eu fiquei indo e voltando de hospitais. Sentia muita dor no quadril e nas pernas. Me arrastava em casa por que não tinha força para andar. Fiquei um mês de cama até descobrirem o que tinha”, conta.

Fotos: Marcio Valle/Primeiro Round

Assim que recebeu o diagnóstico, o paranaense foi internado e operado às pressas. A rara doença geralmente é causada pela bactéria staphylococus aureus, presente na pele. No caso de Tyson, a infecção se alastrou para os pés, pernas e chegou ao quadril. A situação era tão crítica que o amputamento dos membros inferiores foi cogitado.

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E risco poderia ser até maior caso a bactéria chegasse a órgãos vitais como rim ou fígado. “A cirurgia levou cerca de quatro horas e drenaram 1,2 litro de pus de cada perna. Depois me falaram que jamais poderia lutar de novo”, lembra o lutador da academia King Shark, pupilo do mestre André Tubes.

Após o procedimento, Tyson permaneceu internado por uma semana, sempre monitorando o nível de infecção no sangue. De depois da alta médica, precisou de mais 20 dias para voltar a andar.

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A fé o ajudou a superar a desconfiança. Largou o pagode, virou evangélico e voltou a treinar em quatro meses. Em dezembro de 2016, o peso-médio (até 84 kg) competiu novamente.

“Sobrevivi a uma guerra e voltei com uma cabeça totalmente diferente. Com uma visão de que é possível ultrapassar qualquer limite no esporte”, diz o lutador, que ganha a vida como instrutor de muay thai, mas sonha em ir muito mais alto. Principalmente agora que é pai de Lívia, nascida em abril.

“Eu treino como se estivesse no UFC. Penso que meu adversário é o Anderson Silva ou Jon Jones. Então tenho que treinar em dobro. Minha referência é sempre alta. Não quero ser medíocre”, avisa.

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