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A saga do Tio Patinhas
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No início havia um senhor, chamado Carl Barks. Este homem foi o responsável pelas melhores e mais memoráveis histórias do Pato Donald de todos os tempos. E além do Professor Pardal, da Maga Patalógica, dos irmãos Metralha e outros tantos, criou também o principal coadjuvante (será) das histórias do pato rabugento. Seu tio quaquilionário, Tio Patinhas (Scrooge McDuck).

Como o próprio nome em inglês já informa, a inspiração veio do Conto de Natal de Charles Dickens. Mas o avarento habitante de Patópolis tomou proporções enormes desde sua primeira aparição em 1947.

Em 1985 Barks fez seu último trabalho com os patos e alguns anos depois, um conterrâneo, Keno Don Rosa, decidiu seguir seu legado como “homem dos patos”.

Don Rosa então se apoia em toda a mitologia estabelecida por Barks para compor sua obra-prima, “A Saga do Tio Patinhas”. Nesta HQ que a editora abril coloca nas bancas e livrarias em uma luxuosa edição vemos toda a história do pato mais rico do mundo. Desde sua infância e o momento em que ele recebe a moedinha nº 1 até o momento em que ele reata com seus sobrinhos Donald, Huguinho, Zezinho e Luizinho depois de um período afastado da família.

O bacana desta história é que ela é, ao mesmo tempo, apoiada na mitologia de Barks e também consegue ter seu brilho próprio. Don Rosa consegue costurar com maestria os pilares do personagem ditados por Barks e a sua história de ascensão de um pato.

Na caprichadíssima edição da Abril, temos as 12 histórias que compõem a história original de Don Rosa, mais 6 histórias que complementam a narrativa original. Estas 6 histórias não são tão brilhantes quanto as outras 12, mas ainda assim são muito acima da média, de forma que não fazem feio.

Mas o mais bacana da edição é o caprichadíssimo texto final, que complementa as histórias com informações sobre as histórias nas quais Don Rosa se apoiou. O ideal é ler cada capítulo e depois ler as notas no final. Isso dá uma dimensão muito maior à obra.

Há de se destacar também que o nome Keno Don Rosa não aparece na capa da obra (e merecia) por uma pendenga entre ele e a editora Abril, que não estava disposta a pagar para o artista os royalties para seu nome aparecer na capa.

Problemas financeiros. Tio Patinhas sabe bem como é.

 

 

 

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