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Adotado na esteira da operação Lava Jato, o programa Conduta Coxa-Branca completou um ano em março deste ano. Período em que o novo código de gestão do Coritiba preveniu a perda de R$ 50 milhões e teve 120 denúncias registradas.

O montante apurado pela Ernest & Young, órgão independente responsável pelo programa, aponta para eventuais prejuízos financeiros que o Coxa poderia sofrer. Violações às leis vigentes ou às normas do clube que acabaram barradas pelo novo manual de regras.

No cálculo da prevenção dos R$ 50 milhões entram diversos fatores. Como, apenas por hipótese, uma saída de um jogador revelação por conflitos de interesses que a resolução do problema garantiu ao clube um atleta com potencial de mercado de R$ 10 milhões.

Entre as 120 denúncias, média de 10 por mês, 78% foram comunicados sobre infrações ao programa Conduta Coxa-Branca. Por sua vez, 14% eram sugestões para melhorias em infraestrutura ou nos processos administrativos. E, por fim, 8% foram dúvidas gerais.

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“Comprovamos assim, o compromisso com a inovação em um ambiente tão questionado e criticado. Entendemos que quebramos um paradigma contra condutas inadequadas ou danosas ao esporte”, comentou o Coritiba, via assessoria.

Questionado pela reportagem, o clube não informa eventuais afastamentos de funcionários ou punições. Nem mesmo detalhes sobre as infrações detectados pelo código de normas. Segundo o Coxa, o sigilo é uma forma de preservar o programa e a administração da instituição.

A associação do Conduta Coxa-Branca com a Lava Jato, investigação contra a corrupção da Polícia Federal, ocorreu já no lançamento, em março do ano passado. Esteve presente na ocasião o Coordenador da força tarefa do Ministério Público que atua na operação, o procurador Deltan Dallagnol.

“É dia de louvar a atitude. De modo pioneiro um clube assume regras que demonstram que quer ficar longe da corrupção e dos desvios de conduta. É um exemplo para o país”, declarou Dallagnol, na oportunidade.

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A iniciativa do Alviverde, em conformidade com o conceito de administração de “Compliance”, era inédita na América Latina até a implementação no Alto da Glória. E, desde então, já foi adotada por outras instituições, como a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), que iniciou um programa similar.

“É uma mudança no futebol, esporte que ainda tem estrutura amadora, apesar do volume imenso de dinheiro. Funciona como uma espécie de Tribunal de Contas. Um trabalho importante que deve servir de modelo”, analisa Fernando Monfardini, advogado especialista em Compliance.

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