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Há algum tempo, participei de um debate na rádio CBN sobre excesso de trabalho e seus efeitos. Éramos eu, na qualidade de blogueiro e profissional observador sobre o tema, um médico psiquiatra, um consultor de negócios e uma especialista em coaching profissional.

Debatemos sobre vários aspectos ligados a trabalho e stress, até que em certo momento uma médica especialista na Síndrome de Burn-Out fez sua participação por telefone, falando sobre o tratamento para pessoas acometidas por esta síndrome (no caso, ela recomendava psicoterapia e remédios).

No momento adequado, fiz uma pergunta a ela sobre o que fazer em termos de prevenção, ou seja, que tipo de tratamento ela considerava adequado para um quadro antes da Síndrome ocorrer. Ela fez menção somente sobre o ambiente corporativo, o controle dos efeitos do meio, etc.

Concordo que o ambiente é importante, assim como o líder ou gestor da equipe, responsável pelo ambiente e pela forma como os projetos são tocados e como as pessoas se tratam, se respeitam.

Mas acho que a especialista não mencionou a questão mais importante: a atitude de cada um de nós em relação ao excesso, à ameaça do burn-out.

Este blog se chama Muito Trabalho, Pouco Stress, justamente porque acredito que não temos como controlar o volume de trabalho em nossas empresas, dadas as condições mercadológicas, de concorrência ou até mesmo econômicas, que podem nos assolar de forma absolutamente incontrolável no trabalho.

O que podemos, certamente, é focar no equilíbrio entre este excesso e o que fazemos com nossa saúde. Ou seja, a resposta ao controle do stress é individual, tanto sob o ponto de vista dos efeitos do excesso de trabalho em cada um, como sob a ótica do que eu e você fazemos (ou não) para lidar com o stress.

Consigo separar um tempo para estar com minha família ou amigos?
Pratico exercícios regularmente?
Tomo remédios para dormir ou para combater quadros de depressão ou ansiedade?
Bebo com moderação?
Tenho descuidado da minha alimentação?
Durmo o suficiente, e tenho um sono de qualidade?
Faço check-ups periódicos?
Administro bem meu tempo dentro do escritório para ser produtivo e conseguir sair em horários decentes?
Consigo mudar de canal ou frequência no final de semana, passeando, lendo livros que não tenham relação com meu trabalho ou praticando meu hobby, qualquer que ele seja?

Essas são apenas algumas das questões relacionadas à prevenção do stress, à uma postura ativa contrária a um quadro de burn-out. E todas elas podem ter respostas que são resultado do que fazemos, de nossas decisões e hábitos pessoais.

Ninguém sofre de burn-out da noite para o dia. A tal síndrome é resultado de um processo intenso e relativamente longo de desgaste, sobre o qual reagimos, ou não.
Por que não utilizar metade que seja da determinação que aplicamos no trabalho para cuidar de nossa cabeça, saúde e espírito?

O livre arbítrio é a chave para o que seremos amanhã, começando pelos hábitos que queremos criar ou combater, e chegando até mesmo à decisão de trocar de trabalho.

Ou seja, posso delegar a responsabilidade ao ambiente onde trabalho. Posso aguardar para ver se terei o burn-out e quando necessário apelar para os remédios e para a psicoterapia, de acordo com a recomendação da especialista.

Acredito que o burn-out é, sem dúvida, um dos destinos possíveis na trajetória profissional de qualquer um.
Mas certamente não é o único e nem o que alguém escolhe de maneira consciente.
Pessoalmente, prefiro agir na prevenção, na eterna busca do equilíbrio.

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