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Exército permitirá que mulheres tenham formação para o combate
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Demonico Failutti, 1920
Maria Quitéria, Heroína da Indpendência do Brasil. Embora Maria tenha obtido o título de Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro, as demais brasileiras tiveram acesso total negado à instituição até agora.

Uma lei sancionada no início deste mês e que chamou pouca atenção finalmente liberou a atuação das mulheres como combatentes no Exército. Sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em 8 de agosto, a lei 12.705 deu ao Exército um prazo de cinco anos para que adapte suas estruturas ao ingresso do sexo feminino “na linha militar bélica de ensino”. Por adaptação, entendam-se os alojamentos, banheiros, quarteis e até técnicas que envolvam simulações de confronto.

Com isso, as mulheres, que já podem ingressar na Aeronáutica e na Polícia Militar, não terão mais seu acesso negado em escolas tradicionais do exército, como a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e a Escola de Sargentos das Armas (EsSa) e poderão, eventualmente, participar de missões de paz nas quais o país esteja envolvido, além de patrulhamento de fronteiras e outras ações. Não ficarão mais restritas a funções na área de Saúde, Educação e Tecnologia.

O prazo de cinco anos dado pelo governo para adaptações, no entanto, poderia ser menor – afinal, qual a dificuldade para reestruturar banheiros e alojamentos, ainda mais quando o Exército possui profissionais competentes para realizar essas tarefas rapidamente? E, no que diz respeito ao currículo, quais são as adaptações tão necessárias? A não ser que a mulher esteja grávida ou tenha dado à luz recentemente (situações previstas pela lei, inclusive), não há motivo para que tenham tratamento diferenciado.

De toda forma, a lei é um primeiro grande passo – reflete a mudança que houve na sociedade, onde as mulheres já exercem todo tipo de função – de estivadoras e pedreiras a motoristas de ônibus e boxeadoras. E, como se sabe, nem só de força vive o treinamento militar, mas também de preparo psicológico e raciocínio lógico. Por fim, até onde se sabe, em países onde elas são admitidas no Exército sem exceções, não houve nenhum tipo de problema.

Aos que sempre usam o argumento de que as mulheres querem se ver livre do serviço militar obrigatório, vale lembrar que o movimento feminista não defende esse sistema sequer para o sexo masculino –, mas, antes de tudo, que o cidadão seja livre para optar por essa carreira se assim desejar, seja homem ou mulher.

Confira a lei

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