*Colaboração de Amanda Audi, repórter de Vida Pública da Gazeta do Povo.
Recentemente, o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano, postou em seu Facebook pessoal uma foto em que aparece na cadeira de seu gabinete, rodeado por três secretárias. A foto foi replicada em blogs e redes sociais pelo cunho machista da publicação.
Não cabe à nós fazer juízo de valor sobre a forma com que o chefe se relaciona com as funcionárias. Ele pode ser respeitoso e gentil. Elas podem não reclamar.
Mas devemos atentar ao que a imagem representa. A semiótica do homem poderoso (ele comanda o Legislativo do estado e é atualmente o maior aliado do governador) acompanhado por três mulheres jovens e bonitas que lhe “servem”.
Não é difícil fazer uma busca rápida na memória para lembrar de outras situações parecidas. Desde a antiguidade, homens poderosos se valem de mulheres e seus corpos para se mostrarem poderosos e influentes.
Como os sultões e seus haréns ou, mais recentemente, as fotos divulgadas pelo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ao lado de mulheres que choram e se descabelam simplesmente por estar na presença dele.
Depois da repercussão negativa, Traiano apagou a foto do Facebook e disse que ficou “profundamente indignado” com o que aconteceu por ter sido o “instrumento involuntário desse incidente lamentável”.
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O deputado também disse que as secretárias se sentiram expostas com a publicidade. Publicamos a foto não com o objetivo de expô-las ainda mais, mas sim para discutir a imagem e o que ela representa.
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