Estudar simultaneamente em faculdades públicas

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O assunto voltou, felizmente – e agora o projeto de lei que proíbe alunos de fazer simultaneamente dois cursos de graduação em instituições públicas, foi aprovado. Segundo informações da Folha de S. Paulo (Cotidiano, 25 de março) o texto do projeto foi aprovado pela Câmara e agora segue para o Senado; se receber a sanção do presidente Lula a idéia de distribuir com justiça as vagas será lei, mas alunos já matriculados em dois cursos não sofrerão a restrição, em decorrência da provável legalidade, a vigorar apenas no próximo ano.

Lamento contrariar a quem discorda da ideia que restringe a ocupação de vagas, mas não vejo razão para um estudante, de qualquer condição econômica, ocupar ao mesmo tempo duas vagas em universidades públicas; ainda bem que não estou sozinha na concordância à restrição a esse apetite universitário, especialmente neste caso.

Por mais que o estudante tenha conquistado a sua vaga em um concurso público há um princípio de senso de justiça que fica mediando a vida dos que apreciam a distribuição das oportunidades sociais. Quer um exemplo de que abrir mão de uma vaga conquistada pode favorecer a outro estudante? Confira a lista de “repescagem” da Ufpr. É a 4ª chamada e certamente entre os calouros desistentes há quem tenha passado simultaneamente em duas faculdades mantidas com recursos públicos.

No meu tempo de estudante era comum fazer Letras e no outro ano prestar vestibular para uma carreira correlata, na mesma universidade; a maioria dos meus colegas fazia Direito, pois os estudos lingüísticos tinham muita serventia na área jurídica, mas muitos nem atinavam à injustiça que promoviam diante da luta empreendida por outros jovens que buscavam, através de um vestibular, uma vaga em uma instituição pública. Conheci outros jovens que cursavam Engenharia e Arquitetura, entre outros pares de estudos que se correlacionavam numa grade de conhecimentos colaborativos.

Jovem estudante candidata a uma das vagas oferecidas pela UTFPR, em 2008

Qual é, entretanto, a sua ideia sobre a restrição de cursar duas universidades públicas ao mesmo tempo? Eu vejo com muita satisfação a atitude da Usp, Unicamp e Unesp, porque elas, felizmente, trocam entre si as listas dos alunos aprovados e já proíbem a simultânea ocupação das vagas por um estudante. Já é tempo das demais universidades seguirem o bom exemplo.

Caso o projeto seja aprovado a Ordem dos Advogados do Brasil poderá entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal, pois apesar dos argumentos de poucas vagas na rede universitária pública o projeto, segundo ouviu a Folha “soa inconstitucionalidade”, o que permite que os universitários reivindiquem os seus direitos.

Uma proposta para refletir

Você se manifesta favorável ou contra o projeto de lei que restringe a permanência de universitários em cursos de graduação em duas universidades públicas? Faça uma lista de motivos, mas não esqueça de justificá-los.

Até a próxima!