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PSICOPATAS NO TRÂNSITO: você é o Senhor Andante ou o Senhor Volante?
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Pra mim, o curta de animação Pateta no Trânsito é uma das maiores obras menores da Disney.

Além de educativo, é bem humorado e, apesar de ter sido lançado em 30 de junho de 1950, depois de 65 anos continua atual.

Nele, o Pateta é o Sr. Walker (Sr. Andante em outra dublagem), cidadão pacífico que, ao ficar atrás do volante, se transforma no maligno Sr. Willer (Senhor Volante na versão antiga). Uma bela leitura e adaptação da obra O Médico e o Monstro, de Stevenson.

Confira:

Ele expressa a dupla personalidade de nós, motoristas, que ao entrarmos em nossas carapaças de lata com quatro rodas esquecemos da nossa natureza primeira de pedestres e manifestamos através desse escudo automotivo toda nosso narcisismo e culto à individualidade.

Incapazes de perceber a humanidade por trás dos outros volantes, com sua capacidade de falhar, se emocionar, se ferir, agimos como psicopatas, incapazes de qualquer chispa de empatia.

Parados no engarrafamento, culpamos o trânsito, esquecendo que fazemos parte dele.

Levamos uma fechada de um motorista distraído e encaramos isso como uma ofensa pessoal ao direito de ir e vir.

Se alguém avança a preferencial, a mão vai mais rápida para a buzina que o pé para o freio.

Aliás, a buzina é a expressão sonora máxima da psicopatia das ruas, usada mais para finalidades equivocadas que para objetivos legítimos.

E qualquer incidente é motivo para se exercer a razão e não o entendimento, mesmo quando não se tem razão. Abrir mão dela em nome do acerto, nem pensar.

A propósito, sobre razão no trânsito, basta aquela história do cara que ao ver um carro na contramão, vindo em sua direção preferiu acelerar porque, afinal, estava certo.

As leis de Newton, no entanto, se sobrepõem às Leis de Trânsito.

Menos um Senhor Volante na face da Terra.

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