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Depois do vestibular, tudo o que aprendemos é esquecido. (FOTO: <a href="http://www.flickr.com/photos/110521056@N07/11210943705">Garey Hall Classroom</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/">(license)</a>)
Depois do vestibular, tudo o que aprendemos é esquecido. (FOTO: Garey Hall Classroom via photopin (license))| Foto:
Foto em preto e branco com uma sala de aula antiga repreta de alunos e um professor na frente

Depois do vestibular, tudo o que aprendemos é esquecido. (FOTO: Garey Hall Classroom via photopin (license))

A grade curricular hoje consiste basicamente de conhecimentos para passar no vestibular e para ir bem no Enem ou outras formas excludentes de avaliação.

Dependendo da escola, claro.

Em algumas, talvez o objetivo seja mesmo de que a pessoa educada não passe no vestibular e sequer vá bem no Enem. Ainda que esse seja um mecanismo social um tanto inconsciente, que nossos gestores da educação talvez neguem com certa ênfase.

Uma vez superados esses estranhos ritos de passagem, o conteúdo aprendido é esquecido.

Pense se faz algum sentido um sistema de avaliação em que mesmo os professores dos cursos mais concorridos não lograriam sucesso.

Em que nem os reitores das melhores universidades lograriam.

Nem os professores dos cursinhos preparatórios: eles só seriam bem sucedidos nas provas das matérias que ensinam.

Essa não é uma observação minha, mas de Rubem Alves. Ele também diz, muito corretamente, que o vestibular lança uma sombra macabra sobre todo o aprendizado que vem antes dele.

Quantos pais, ansiosos por proteger o futuro de seu filho, perguntaram ao visitar um colégio: “Mas vocês preparam para o vestibular, né?”

“Sim!” – responde o responsável pela venda da matrícula. “Preparamos não só para o vestibular mas também para o mercado!”

Tudo o que queremos é estar na prateleira do mercado.

E ainda acabamos surpresos ao perceber que uma instituição cujo objetivo deveria ser o aprendizado da liberdade – e o bom uso dessa liberdade – seja regida por grades.

No caso, as curriculares.

A verdade é que ninguém aprende de fato o que não está disposto a aprender. Ninguém aprende algo de que de fato não sente necessidade, de que não faz uso e pelo que não nutre uma sincera e inabalável curiosidade.

Por isso esquecemos o que aprendemos na escola.

Na verdade, na escola aprendemos outros tipos de conteúdos, mais por condicionamentos ao longo de décadas que por legítimo anseio.

(mas isso é assunto para o próximo artigo)

Ou você ainda lembra o que é uma monocotiledônea?

A não ser, é claro, que você seja um biólogo ou tenha feito o vestibular no ano passado, no máximo saberá que se trata de algum tipo de planta ou algo assim.

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