Fernando Eiras ganha o Shell e apoio dos leitores

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Fernando Eiras: prêmio Shell de melhor ator por In on It.

Ontem à noite, o Prêmio Shell Rio de Janeiro consagrou a peça In on It em duas das principais categorias: melhor direção, para Enrique Diaz, e ator, Fernando Eiras.

Em sua passagem pela Mostra Contemporânea do Festival de Curitiba, o intérprete teve uma crise de bronquite, que teria sido causada pelas más condições do ar respirado no Guairinha, onde In on It fez três apresentações. Ouvi por telefone Eiras e seu colega de palco Emílio de Mello, mais produtores que estiveram com montagens em cartaz no mesmo teatro durante o festival e o administrador do Centro Cultural Teatro Guaíra para tentar entender a situação do espaço, e publiquei no domingo a matéria com o ponto de vista de cada um (pode ser lida aqui).

Desde então, leitores têm se manifestado, na maioria das vezes para clamar por maiores cuidados com o auditório mais antigo do CCTG. Copio aqui alguns dos relatos que recebi.

Sucateado
Estive por três vezes no Guairinha durante o Festival de Curitiba. Observei que o teatro está sucateado, com poltronas, carpetes e até cortinas desgastadas, puídas. Os banheiros parecem não passar por uma reforma há décadas, apesar de funcionarem, e há um odor de mofo, da casa velha, por todo o lado. É uma pena, porque é um dos melhores teatros da cidade, perfeito para peças.
Sérgio Meloni

Esgoto
Sou atriz e ja fiz algumas peças de teatro no Guairinha, e posso dizer que sim, deve ser feita uma reforma. Em 2001 houve uma chuva muito forte e o esgoto do teatro nao suportou e invadiu o palco e metade da plateia. Tivemos que cancelar a peça no dia e ficar limpando o teatro, pois não tinha pessoas para fazer isso… Se já tinha cheiro de mofo, imagina com o esgoto. Já tive crises lá dentro de não conseguir entrar no palco e uma outra colega entrar e dizer minhas falas. Acho que já estão devendo uma reforma ao Guaíra, pois afinal o teatro é uma referência à cultura da cidade. Acho que os atores deveriam entrar na briga sim e abraçar o Guaira.
Arlete R.

Descaso
Muito bem vindo o desabafo do ator que sofreu crise de bronquite no palco do Guairinha. Respondendo ao ilustre: Não, não é preciso ninguém de fora pra falar das limitações e deficiências do espaço. É um auditório com mais de 50 anos e que há pelo menos 20 sofre com o descaso governamental. Antigamente se fazia teatro no Guairinha de quarta a domingo. Não raramente com duas peças simultâneas em cartaz. Sem falar dos ensaios do TCP que eram constantes. Isso ajudava ao menos a manter o espaço conservado e limpo. Era necessário. Hoje o espaço fica fechado grande parte do tempo. E no entanto, conseguir uma data é quase uma loteria. O Guairinha é como um sótão velho. Sempre fechado. Quando se entra, aparecem os velhos problemas.
Marino Galvão Jr

Artistas em decadência
Sempre elogiado pela maioria dos artista que se apresentam em Curitiba, o Teatro Guaíra é motivo de orgulho para nós curitibanos. Como qualquer construção antiga, é claro que precisa de reparos e manutenção para continuar dando boas condições para plateia artistas e produção. Artistas em decadência quando saem do eixo Rio-Sao Paulo acham algum
motivo para causar polêmica e colocar seus nomes novamente na mídia,
não pelo sucesso, mas por discursos inoportunos, como fizeram Emílio de Mello
e Fernando Eiras. Aliás, quem é Emílio de Mello?
Paulo Ribeiro

Urgente
Por uma reforma urgente no Guairinha! Ao assistir lá a duas peças no Festival de Curitiba, fiquei estupefata com a situação lastimável do teatro e protestei no twitter e no meu blog. O senador Alvaro Dias respondeu-me no twitter dizendo que daria um toque ao governador Pessuti a respeito do assunto. O abandono do teatro mais tradicional da cidade é inaceitável e sua recuperação é questão de honra para o Paraná.
Valéria Prochmann