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“CUREI” A MINHA ASMA BRONQUICA.
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Foto – Arquivo Pessoal

Ao começar a escrever esta matéria acessei diretamente a fonte de informações a meu respeito, a minha mãe. E ela me lembrou de uma história incrível esquecida no meu consciente, mas não duvido que ficou guardado no meu inconsciente por pelo menos 15 anos.

Quando ganhei minha primeira bicicleta com cinco anos de idade e descobri a liberdade, eu desbravava todo aquele imenso território dos jardins de nossa casa ( não chegava a 150 metros quadrados). Mas a liberdade acabava rapidinho quando minha mãe chegava em casa e tocava a trombeta do toque de recolher. Não sei o que era mais sofrido: Largar a bicicleta ou tomar banho. Mas o pior mesmo era ter que guardar a bicicletinha na garagem. “Poxa…porque ela não pode ficar jogada lá no jardim…amanha já vou usar novamente…Que retrabalho inútil !” E essa era toda a briga, e onde iniciamos esta história.

Certa vez ela chegou e eu já estava lá bonitona tomando banho e a bicicletinha mais bonita ainda jogada na frente da casa. Então ela resolveu inovar na psicologia e me fez ir pelada lá fora e guardar a bicicleta. Eu quase morri de medo de que alguém me visse naquela ultrajante situação. Bem, funcionou, nunca mais a deixei longe da garagem.

Esta parte traumatizante, eu me recordava mas o que minha mãe me contou dias atrás eu não me lembrava.

Um pouco mais tarde eu atribui a minha asma brônquica a este episódio da minha vida. Eu ainda com cinco..quase seis anos disse a ela, quando fui diagnosticada, que foi por ela ter me obrigado a sair pelada, molhada e no frio que eu fiquei doente pra sempre.

Mas por uma “coincidência” ( ou não) foi inconscientemente através da bicicleta que eu “curei” a minha doença.

Sofri desta doença por toda a minha infância e adolescência. Não faltaram inalações, simpatias e até “garrafadas”. Esta doença é triste. Hoje quando alguém me conta que tem asma, me comovo muito. Só quem sabe o que é ter sono e não poder deitar pra dormir, sabe o que é asma brônquica. Para quem não sabe:

Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas.

Sempre pratiquei esportes na adolescência. Na infância fiz nove anos de ballet clássico e na adolescência pratiquei vários esportes, dentre eles surf e tênis. Todos sempre acompanhados da famosa bombinha de asma.

Existem estudos que indicam que depois dos 16 anos de idade a doença tem grande melhora, mas no meu caso não.

A asma não tem cura, mas eu me considero curada. Eu nunca mais tive nenhuma crise desde que comecei a praticar ciclismo.

Lembro-me como se fosse hoje quando encostei meu Jeep no Centro Cívico, tirei minha bicicleta e discretamente usei minha bombinha de asma para conseguir pedalar. Eram meus primeiros treinos. Eu tinha 23 anos. Era noite e ali do meu lado encostado em sua saveiro vermelha o sr. Renato Romeo que me perguntou:” Tem asma? Eu disse: ”Sim.” Ele me disse uma frase intrigante e inesquecível . “Você vai curar esta doença com o ciclismo”.

Confesso que olhei muito desconfiada para ele e educadamente concordei e sai pedalar completamente incrédula a respeito.

Li o Dr. Drauzio Varela escrever que não se deve desprezar que a pratica do esporte reforça a auto confiança. Ele escreveu também que não é comprovado cientificamente, mas ” seguramente existe um fator psíquico ligado ao surgimento da crise. Havendo uma predisposição orgânica, estados de grande ansiedade podem acionar o gatilho.”

Não tenho embasamento técnico para descrever o que fisiologicamente aconteceu e acontece com meu sistema cardiopulmonar, mas certamente desenvolvi uma capacidade pulmonar que, mesmo quando em contato com algum agente alérgico que desencadeia a crise (mofo, poeira, pelos de animais ) ela não evolui, não me atinge.

Seja a autoconfiança ou a capacidade pulmonar ou o estilo de vida ou os três; o que importa é que fazem mais de 20 anos que não sei o que é um chiado no peito uma falta de ar ou um cansaço. Opa, cansaço sim, claro, sempre! Aquele cansaço endorfinado depois de cada treino.

VIVA!

Escrevo para incentivar, motivar e ver mais gente feliz praticando seus esportes.

Cynthia Duarte – Atleta profissional de ciclismo por 20 anos, atualmente triatleta.

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