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Estupro – precisamos sim falar sobre isso

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Saudações!

O tema que trago para discussão é indigesto: o estupro.

Pelas informações que pude apurar, uma jovem de 17 anos no Rio de Janeiro,  em razão de uma suposta vingança por traição, foi dopada, sequestrada e estuprada por cerca  de 30 homens.

Foi atendida em um hospital com sangramento, ruptura de bexiga e hematomas no corpo e na alma. Segue em estado de choque e, segundo autoridades, terá todo o atendimento médico e psicológico necessário.

Choca pela barbárie.

Choca, pelo modo pelo qual o crime foi “descoberto”: pela publicação do vídeo do estupro, gravado e veiculado pelos próprios estupradores.

Choca pela cultura do estupro, que debochada, autoriza os estupradores a se exibirem nas redes sociais, sem medo de represálias.

Choca pelo despreparo dos órgãos públicos em acolher e socorrer as vítimas.

Choca pelos comentários indecentes que questionam que horas foi, que roupa a moça estava usando, quanto ela bebeu e se, de fato foi um estupro, afinal, ela bem que podia estar de acordo com esta orgia mesmo.

Choca porque não consigo sequer imaginar o tamanho da dor desta menina que podia ser minha filha, sobrinha, irmã, afilhada…

Choca porque não vislumbro um final feliz para ela. Têm certas feridas que ficam abertas, sangrando e purulentas para sempre.

Acredito, que mesmo em meio ao caos, é possível aprender, no melhor estilo se a vida te der um limão, faça uma limonada. E essa crença, meio poliana, que me motivou a escrever este texto!

Amadas, que este crime não passe em branco! Mas temo por este contramovimento, baseado na violência que clama pela morte dos estupradores, injeção química, linchamento e tudo mais… Pergunto, se matarmos os 30  e poucos envolvidos o problema estará resolvido?

A cultura do estupro, trocando em miúdos, são estas crenças enraizadas em nossa sociedade que são permissivas em relação à violência contra a mulher, considerando normal desde as mais simples piadas e cantatas até o ato em si, culpabilizando a vítima pelos abusos sexuais.

Sabe aquela historinha que a mulher pode testar se ainda “dá pro gasto”, se passar numa obra e um bando de pedreiros “mexer” com ela? Esse é um exemplo da cultura do estupro, LEGITIMADO POR HOMENS E MULHERES!

Exemplos não faltam: vejam as dançarinas dos programas de domingo da tv aberta, novelas, músicas, propagandas e por ai afora! Infelizmente, o reforço desse conceito dantesco é imenso!

A cultura do estupro está profundamente enraizada em nossa sociedade… Vai sair agora matando meio mundo e castrando quem sobrar? Precisamos sim PUNIR dentro da legalidade todos os responsáveis, com todo o rigor que a lei permite e sim, mudar a lei se for necessário!

Mas além disso, o que precisamos é começar a aculturação, modificando esta forma de pensar e agir…

Não, a mulher não é culpada! Não, não foi culpa da roupa dela! Não, não foi culpa do horário em que ela estava na rua! Não, não foi culpa da bebida ou da droga! Não, não foi ela que provocou! Sim, ela é vítima, independemente da circunstância!

Fale com suas filhas de modo franco,  deixando claro que NUNCA a culpa é da vítima, porque sim, ainda há um enorme preconceito entre nós mesmas.

Oriente seus filhos e deixe claro que NUNCA a culpa é da vítima e sim do estuprador! Explique bem o termo: CONSENTIMENTO.

(Segue este vídeo para ajudar: https://www.youtube.com/watch?v=4oMGFspEFBY)

Esclareça suas irmãs de gênero que devemos, a despeito de todo desrespeito, denunciar sim!

Dialogue sobre, esclareça, explique e ensine! Somente quando um tabu é olhado nos olhos, de frente e com coragem, ele vai sendo enfraquecido até ser vencido.

E se me permitem o pedido, que oremos por todas as vítimas, por esta criança-menina, deflorada em sua honra e dignidade e por todas aquelas que viveram este pesadelo em silêncio.

Em luto,

Dani

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